quinta, 26 de dezembro de 2024
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Valdir Pinheiro e o Circo 22 de Maio

E o circo deve perder o lugar que sempre é armado quando os prédios prometidos forem construídos naquele terreno para baixo da rodoviária. Mas não tem problema. Ali pertinho, mais…

E o circo deve perder o lugar que sempre é armado quando os prédios prometidos forem construídos naquele terreno para baixo da rodoviária. Mas não tem problema. Ali pertinho, mais bem pertinho, tem uma casa pronta para receber a lona. Tem a casa pronta, e nome sugerido. “Circo 22 de Maio” (direitos autorais se o caso se concretizar, por favor).

Obviamente o estado de circo ali proporcionado não é novidade, mas em alguns momentos os presentes aquela Casa de Leis são agraciados com cenas cômicas, mas tão cômicas, que dão a famosa vergonha alheia.

Ao longo desse ano vimos vários momentos de quebra de regimentos, profecias e banalização do que é ser um vereador. Fatos normais que acontecem desde que existem parlamentos, mas que em Fernandópolis, no primeiro ano da atual legislatura, são impossíveis de não ter menção.

Dentre tudo o que aconteceu, a atuação profética, missionária e religiosa do vereador Valdir Pinheiro tem ultrapassado os limites do bom-senso, da ética e até mesmo da suposta laicidade do Estado, (deixando bem claro que qualquer crítica aqui contida se refere ao vereador, não a pessoa).

É inadmissível que em pleno século XXI valores tão difundidos e conhecidos de todos sejam desrespeitados de maneira tão escancarada. O caso do vereador citado não chega a ser o de um fundamentalista babaca como o deputado Marco Feliciano, mas com toda a certeza pede posições firmes e contrárias.

Utilizar da tribuna, do microfone de a parte, ou de qualquer coisa que seja dentro da Câmara Municipal, para de maneira profana pregar uma religião da qual nem se sabe ao certo qual é, merece punições condizentes com seu cargo.

Esse posicionamento se baseia em declarações do mesmo, como na sessão da semana passada, quando ele disse que haviam “demônios na Câmara”, devido a alguns votos contrários a um projeto enviado pela prefeita e quando o mesmo disse que “Deus não estava presente” a uma festa de uma empresa de Fernandópolis, por lá haver bebida alcoólica. Tudo isso na tribuna da Câmara, lugar que merece o mínimo de respeito. Isso sem contas as inúmeras vezes que ele falou de Deus e blá blá blá e fez profecias sobre o diabo e nhé nhé nhé.

Toda a atuação estapafúrdia do vereador ficou explicita na sessão de ontem, quando na votação das emendas relativas aos porcentual de remanejamento que a prefeita teria direito. O vereador acusou os funcionários da Casa de terem sumido com um emenda que aumentava a margem de reajuste. Após bate-boca e nenhuma prova, o vereador foi obrigado a se calar.

Creio que falar em cassação num primeiro momento seja um exagero, mas que uma advertência do Conselho de Ética daquela casa, isso sem dúvida alguma cabe e no caso de insistência da conduta do senhor vereador, creio que a cassação seja a única saída para evitar que a cada dia que passe, o Palácio 22 de Maio mereça mais ainda a lona que sobrar do fim do circo.

(Quando ia postar o texto a net caiu, será que eu fui um herege?:S)

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