A última pesquisa de intenção de votos realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) registrou números bastante interessantes para o cenário eleitoral que se desenha para 2014.
Segundo a pesquisa, se as eleições presidenciais fossem hoje, a presidente Dilma Rousseff teria 33% dos votos, contra 21% de Marina Silva; 15% do senador Aécio Neves e 8% do governador Eduardo Campos. Ainda de acordo com o levantamento, a queda de Dilma em relação à pesquisa anterior é de 19 pontos percentuais.
Se os números assustam os governistas, indicando que a disputa iria para o segundo turno, pelo menos servem de alento para os candidatos oposicionistas, já que, na pesquisa anterior, em junho, ainda antes das manifestações populares, a presidente liquidaria a fatura no primeiro turno.
Mais do que os números, o resultado mostra ser verdadeira a tendência de queda na popularidade e nas intenções de voto em Dilma detectada inicialmente pelo Datafolha e por isso a base governista vai tentando se rearticular, depois de um período de enormes desencontros, onde ninguém parecia falar a mesma língua, atordoados pelos reclamos do populacho que foi às ruas.
Porém, essa rearticulação está sendo mais difícil do que se imaginava a princípio. Aliás, quem quiser saber mais acerca dessa dificuldade, leia o artigo “Dilma, a solitária”, do jornalista Eugenio Bucci, publicado na revista Época dessa semana.
Na verdade, o fator decisivo das eleições será, mais uma vez, a economia. Já vimos esse filme com FHC, Lula e com a própria Dilma, e a tendência é que, se a economia estiver indo bem, os governantes encontrem maiores facilidade nos seus projetos de reeleição.
Sabendo disso, cabe a nós, eleitores, evitar que haja um aumento desenfreado dos gastos públicos durante o período que antecede as eleições, até porque já ficou estatisticamente comprovado que o maior percentual de gastos em relação ao PIB do Brasil acontece nos anos de realização das eleições.
Como essa prática tem se tornado lugar comum em ano eleitoral, devemos nos mobilizar para colocar limites nos gastos que visam somente angariar votos e projetos pessoais em detrimento da população, muito embora esses limites já existam, em parte, com a Lei de Responsabilidade Fiscal, que criou algumas restrições para aumento de gastos públicos e endividamento nos anos eleitorais.
Apesar da lei, sabemos que é muito difícil, se não impossível, provar a diferença entre a despesa que tem motivação eleitoral e aquele gasto que realmente deveria ser feito para o benefício da população. Então, vamos ficar de olho.