Produtores de milho da região de Fernandópolis iniciam neste mês de janeiro a colheita do cereal destinado para silagem. As chuvas registradas a partir da segunda semana de dezembro favoreceram as lavouras para quem plantou o milho nos meses de setembro e outubro. Já a produção do milho em grão, o trabalho das máquinas no campo para a retirada das espigas começará no final do mês.
O levantamento realizado pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral de Fernandópolis aponta que no mês de dezembro de 2006 a quantidade de chuva que caiu em Fernandópolis foi de 248 milímetros, o equivalente a 248 litros de água por metro quadrado. Quantidade suficiente para contribuir com a qualidade das con-dições das lavouras em fase de colheita.
Com a diminuição em torno de 30% da área de plantio do milho na região, por causa dos prejuízos registrados na safra passada com a variação cambial e o baixo preço do produto, o produtor que iniciou o ano agrícola 2006/2007 em setembro po-derá minimizar as perdas registradas no ano passado com a venda do cereal nesta safra. Quando iniciou o plantio em setembro a saca do milho (60 quilos) estava cota-da em R$15. A partir do mês que vem, devido à baixa da quantidade de produto no mercado, a saca deve alcançar o preço de até R$25, cobrindo assim os custos de produção, o que não ocorreu no ano agrícola passado. Mas, segundo informações do Sindicato Rural de Fernandópolis, o produtor que optou por fazer o plantio tardio foi prejudicado com a escassez de chuva no início de dezembro e agora não conse-gue preparar o solo devido a chuvas constantes que caem em todo o estado.
Um outro levantamento divulgado pelo sindicato que reflete a diminuição da área de plantio do milho é a venda de sementes que caiu em média 30%. A procura pela patrulha agrícola, serviço prestado ao produtor para ajudar no preparo da terra, também funciona como um termômetro dessa queda. Entre os meses de setembro e dezembro de 2006 a patrulha foi requisitada para trabalhar em 104 propriedades rurais, 45% a menos que no mesmo período de 2005.
Para o agrônomo Marcos Mazeti, presidente do Sindicato Rural de Fernandó-polis e diretor de agricultura do município, as culturas anuais como o algodão, que sofreu uma redução de 70% no plantio, e o milho estão em queda a cada safra. Já as culturas da cana-de-açúcar, laranja para mercado, seringueira, eucalipto e pasta-gem são as que atualmente tornam viável o agro negócio na região.
“Nosso objetivo, além de oferecer informações técnicas e ajuda com a patru-lha rural, é estar ao lado do produtor na luta por políticas agrícolas que viabilizem as propriedades rurais. O sindicato e a Faesp, Federação da Agricultura do Estado de São Paulo, representam o produtor e cobram das autoridades estaduais e federais a implantação e manutenção dessas políticas como o seguro rural, o preço mínimo de safra e o acesso a créditos. Essa é a nossa obrigação, estar sempre amparando o produtor para minimizar as crises constantes que a agricultura enfrenta nesse país”, argumentou Marcos Mazeti.