A alta do preço do trigo, só no mês passado, chegou a 25%. Com a decisão da Argentina de proteger o abastecimento interno e suspender as exportações, o Brasil ficou sem o principal fornecedor, e teve que se submeter aos caros impostos cobrados por países fora do Mercosul, como Estados Unidos e Canadá.
O empresário Dorival Finotti é dono de um moinho em Assis. Ele diz que o estoque vai até setembro, e que talvez tenha que se submeter aos preços, mas acredita em mais alta. O consumo no país gira em torno de 10 milhões de toneladas de trigo por ano, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Massas. Apenas cerca de 40% são produzidos no Brasil. O restante é importado.
Para a Cati – Coordenadoria de Assistência Técnica e Integral – de Assis, falta incentivo do Governo à produção nacional. Com o aumento da matéria-prima, a farinha já sai do moinho em média 14% mais cara que há um mês. Um saco de 25 kg que custava R$ 24,50 em junho, agora é vendido a quase R$ 27. Como efeito dominó, o reajuste chegou aos fabricantes de produtos à base de trigo refinado.
Em uma fábrica de macarrão da cidade, o dono da empresa, Orlando Zancopé Neto, está pagando 15% a mais em relação ao que pagou há dois meses.
Já os consumidores tentam alternativas para economizar na hora de comprar o macarrão e até o pãozinho francês.