A Prefeitura de Fernandópolis confirmou na tarde desta segunda-feira, dia 26, um saldo negativo de R$ 1.324.703,19 com a apresentação oficial do balanço final da Expô 2013. Os dados confirmam os valores já publicados pelo RN, mostrando que o dinheiro público foi gasto desordenadamente para satisfazer egos e vaidades na administração pública.
Foram gastos R$ 3.252.618,66, do dinheiro público, a maioria da Secretaria de Cultura, após a prefeita Ana Bim confirmar a realização da festa depois que ela mesma havia cancelado o evento no início do mês de março.
Os gastos contabilizados são os maiores já registrados pela cidade de Fernandópolis em uma festa que se dizia popular, voltada para a família e com valores inferiores aos praticados nos anos anteriores. Para muitos foi uma edição que o dinheiro público foi jogado “no ralo”, já que havia a opção de repassar o evento a um grupo e evitar o rombo nos cofres públicos.
Para justificar os gastos exorbitantes, a prefeita quis fazer um comparativo com os investimentos nos anos anteriores e tenta induzir a Câmara de vereadores que também ouve grandes gastos nas edições de 2011 e 2012.
Ana Bim esqueceu que em 2011 a Prefeitura gastou R 1.047.541,43, em obras e instalações no recinto decorrente de recursos obtidos do governo federal que foram investidos no asfalto em torno do recinto, construção de área para desfile de animais, ampliação do espaço para exposição de animais – com a criação de várias baias e cobertura do local -, além do recape total das ruas internas e construção de novos banheiros, dobrando a capacidade de atendimento ao público. Naquele ano a Prefeitura gastou R$ 200 mil com pagamento de show.
Já em 2012 o município gastou R$ 1.470.585,27, em obras e instalação da cobertura definitiva da arena da Expô. O dinheiro veio por meio de emeda do governo estadual através dos deputados Carlão Pignatari e Júlio Semeghini. Para que a cobertura fosse concluída houve a necessidade de uma contra partida do município e a obra está fixa e garantirá abrigo ao público que prestigia o evento. A municipalidade ainda pagou um show no valor R$ 245 mil reais.
Neste ano de 2013, pouco foi feito no recinto, como demonstra o próprio balancete da Expô. Somente R$ 100 mil reais foram gasto em obras e instalações no recinto, dinheiro totalmente insignificante comparado ao que foi construído nos últimos anos. Foram gastos R$ 2,9 milhões com pagamento de shows, recurso esse que deveria ter sido evitado caso o evento tivesse sido realizado por uma empresa privada. Se tivesse que pagar pelo aluguem cobertura da arena, o prejuízo seria ainda maior.
O que Ana Bim temia era a falta de poder para mandar e desmandar na comissão organizadora que ficou reduzida e submissa as ordens da Prefeitura. Tudo foi feito do jeito que a prefeita quis, passando por cima da autoridade do presidente Renato Colombano que serviu como uma figura ilustrativa, mas que na realidade teve atritos quando tentou fazer algo por conta própria.
A prefeita foi a protagonista em mandar fechar um portão lateral para evitar que a população entrasse e saísse no recinto, prejudicando o acesso à boate Bartoshow, que ficou fora do recinto depois que o ex-vice-prefeito Paulo Birolli ofereceu R$ 400 mil reais pelo terreno, intimidando e tentando prejudicar um grupo de jovens empresários. O tiro saiu pela culatra e quem acabou perdendo receita foi à própria Expô Fernandópolis.
Para tentar confundir os vereadores, o balanço enviado a Câmara Municipal é ridículo e uma cópia do Portal da Transparência. De forma confusa e sem nexo, o balanço está fora dos padrões contáveis que discriminam item por item das despesas e receitas geradas durante a realização do evento.
O prejuízo acumulado de R$ 1,3 milhões confirma o que o RN publicou logo após o término da festa com margem de erro inferior a 10%. Na teoria a população pagou dobrado para ir ao recinto e já que havia pagado uma parte em impostos e a outra com o suor do salário. O resultado final mostrou a ingerência da administração Ana Bim em uma festa de 10 dias.
Ana Bim caiu na real e agora deve mandar outro projeto de Lei à Câmara para que a ocupação do recinto no mês de maio volte a acontecer como era antes de assumir a Prefeitura. Desta vez o objetivo é franquear o recinto a uma empresa privada e evitar um possível rombo ainda maior em 2014.
Demagogicamente um trecho no oficio enviado ao presidente do Legislativo, Francisco Arouca Poço, menciona que a “Expô Fernandópolis a partir do exercício de 2013 foi executada com maior transparência no que tange à execução de despesas e arrecadação de receitas”.
Para não seguir a mesma postura do ex-presidente da festa Paulo Birolli que se negou a prestar contas na Expo em 2009 e 2010, um balanço confuso e fora da realidade contável foi enviado aos vereadores. Birolli e Ana Bim trabalharam juntos neste ano para a realização da festa, mas quando houve dificuldade, Birolli recuou e retirou um cheque caução no valor de R$ 400 mil que seria pago pelo espaço da boate.
Até o ultimo instantes Ana Bim não aceitou a participação tradicional do Bartoshow na festa e acabou dando o espaço, a preço de banana, aos inexperientes empresários da Boate Bemdita que não aguentou o tranco e fechou as portas bem no meio do evento.
Hoje, o que foi gasto na Expô, faz falta para garantir convênios que serão perdidos pela falta de contrapartida na construção de obras de extrema importância para o município. Este anúncio foi feito recentemente em uma reunião da Câmara Municipal pelo secretário de Planejamento Edson “Cueca” Damasceno.
Todas as contas serão analisadas e possíveis manobras serão denunciadas aos vereadores e ao Ministério Público. Um erro poderá ser o motivo de pedido de cassação por improbidade administrativa.