terça, 26 de novembro de 2024
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Não houve agressão sexual, diz delegado sobre morte de Jully Ane

A Delegacia de Investigações Gerais, DIG, ouviu Paulo Adriano Ito, de 34 anos, que confessou ter matado a estudante Jully Ane Esteban Martins, de 19 anos, por asfixia. O delegado…

A Delegacia de Investigações Gerais, DIG, ouviu Paulo Adriano Ito, de 34 anos, que confessou ter matado a estudante Jully Ane Esteban Martins, de 19 anos, por asfixia.

O delegado responsável pelas investigações, Alceu Lima de Oliveira Júnior, disse que não houve agressão sexual.

O corpo de Jully Ane foi encontrado já em estado avançado de decomposição, em um apartamento no bairro São Judas Tadeu, na quinta-feira (29), quando vizinhos reclamaram do cheiro forte do local. A estudante estava desaparecida desde a segunda-feira (26), quando saiu para se encontrar com Ito, com quem tinha um relacionamento, e foi encontrada com os pés e as mãos amarradas com um cadarço de tênis, além de uma camiseta enfiada na boca e papel higiênico na vagina.

De acordo com o delegado Alceu Lima de Oliveira Júnior, Ito confessou que matou Jully Ane depois de ouvir ela falando ao telefone com uma pessoa que ainda não foi identificada.

“Ele contou que saiu para ir ao banheiro e quando já estava lavando as mãos, ouviu ela conversando com alguém no telefone. Ele teria ficado nervoso depois que ela falou que iria se aproveitar dos benefícios financeiros que ele estava dando para ela e que, quando se cansasse dele, iria morar com a avó na capital e ele não mais a encontraria”, explicou o
delegado.

O delegado ainda disse que, apesar dos requintes de crueldade que Ito usou para matar a estudante, ele não a estuprou. “Não houve agressão sexual. Tanto o depoimento de Ito, quanto o da amiga, confirmaram que Jully iria menstruar.

Provavelmente foi ela mesma que colocou o papel higiênico na vagina para evitar sujar a roupa de sangue“, contou Alceu Lima. Ainda de acordo com o delegado, o crime não foi planejado e Ito teria agido por impulso após ficar nervoso.

“Ele apresenta comportamentos de psicopata e é extremamente egocêntrico. Foi muito frio ao relatar o crime e a única coisa que não soube explicar foi a sacola na cabeça da vítima, o que também é previsível em psicopatas. A única coisa que surpreendeu foi que ele não tinha passagens pela polícia por crimes violentos. Ele só foi investigado em um crime de furto, mas nada foi provado contra ele”, explicou.

Em depoimento, Ito teria dito que contratou Jully Ane para dois programas sexuais. Já no segundo programa, ele teria pedido para namorar com ela. “Ito contou que conheceu Jully Ane por meio de uma prima dela. Depois do segundo encontro, ele a pediu em namoro. Jully Ane disse a ele que precisava pensar e pediu cinco dias. No terceiro dia, ela procurou ele e aceitou o pedido”, relatou Alceu Lima.

O celular da estudante ainda não foi encontrado. Segundo o delegado, Ito não soube dizer o paradeiro do aparelho. No entanto, o homem disse que o aparelho que comprou de presente para Jully Ane foi vendido e o dinheiro usado para a fuga.

“Ele comprou para ela um celular usado e pagou R$ 600. No depoimento, ele confessou que vendeu o aparelho pela metade do preço e iria usar o dinheiro para fugir”. Ito deve responder por homicídio triplamente qualificado, com o agravante de ter motivo torpe, uso de asfixia e por ser feminicídio.

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