O menino de oito anos que foi torturado pela mãe e uma amiga, em Bálsamo, foi entregue para a avó materna. A informação foi confirmada pela Polícia Civil.
O menor ficou sob os cuidados do Conselho Tutelar após a mãe ser presa no dia 31 de maio. A criança foi obrigada a ajoelhar-se, por mais de uma hora, sobre grãos de arroz e comer meio copo do alimento cru misturado com óleo. O crime aconteceu na casa em que ele vivia com a mãe e o irmão, de apenas três anos de idade, no Centro da cidade.
C.R.D.S.N, 33, e J.P.D.S., 26, estão presas temporariamente no presídio feminino de Nhandeara. De acordo com o delegado Jairo Garcia Pereira, o inquérito deverá ser concluído no dia 28 deste mês.
“Solicitamos à justiça de Mirassol autorização para investigar três aparelhos celulares que foram apreendidos com as suspeitas. Como o crime de tortura é hediondo, a prisão temporária poderá se prorrogar por mais 30 dias, tudo depende dos laudos que devem ser concluídos até o final de junho. O Conselho Tutelar entendeu que a criança está segura com a avó materna, que nada tem a ver com o crime”, disse.
Entenda o caso
A dama de companhia C. e a empregada doméstica J. foram presas pela Polícia Militar no final da tarde da quinta-feira (30/5), suspeitas de terem torturado um menino de oito anos, em Bálsamo. A prisão temporária, de 30 dias, foi decretada a pedido do delegado Jairo Garcia Pereira.
O crime aconteceu no dia 18 de maio, por volta das 19 horas. A punição foi motivada porque o menino havia misturado o óleo em uma lata de arroz de cinco quilos. Ainda de acordo com o delegado, a mãe do garoto estava embriagada e não interferiu na ação da amiga.
O castigo foi filmado pela própria autora, que comunicou a tortura ao Conselho Tutelar, dizendo que a mãe maltratava o filho. Um boletim de ocorrência foi registrado na delegacia no mesmo dia do crime, por um conselheiro tutelar.
Segundo o documento, o menino se queixou de dores no polegar da mão esquerda e disse que a mãe o havia agredido com uma vassoura. Em depoimento, a mulher confirmou a agressão, mas disse que usou um cinto para bater no filho. O motivo seria que a criança estava “inventando coisas” para uma vizinha, conforme o relato.
A vítima passou por atendimento no PS (Pronto Socorro) local. Para o delegado, houve crime de tortura. “O menino foi submetido a sofrimento extremo, sob ameaça da amiga da mãe, obrigado a comer arroz cru com óleo, enquanto estava ajoelhado. Nada justifica uma maldade dessas. Prendemos as duas: uma porque torturou e a outra porque não fez nada, embora fosse a mãe”, ressaltou Pereira.
Ainda de acordo com a polícia, orgias sexuais teriam acontecido dentro da casa da doméstica enquanto os filhos estavam lá dentro. O caso será julgado pela Justiça de Mirassol. Se condenadas, as suspeitas podem pegar de dois a oito anos de prisão.