segunda, 13 de janeiro de 2025
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Operação ‘Rota 310’ da PF concentra processos em Votuporanga

Investigação desde 2021 revela conexão de quadrilha após prisão de caminhoneiro com 184 kg de cocaína

Com pouca notoriedade na imprensa, mas de relevante expressão no combate ao narcotráfico internacional, processos em andamento no Fórum de Votuporanga reforçam a presença da ‘rota caipira’ do crime organizado.

Uma investigação iniciada em 2021 mantém quatro processos ativos na Comarca, com 12 réus – homens e mulheres – de várias cidades e estados. A maioria foi presa, alguns estão foragidos e outros conseguiram liberdades provisórias.

Os integrantes dessa quadrilha começaram a ser presos durante a Operação Rota 310 da Polícia Federal de São Paulo, em 2021.

Em 11 fevereiro daquele ano um caminhoneiro foi preso na rodovia Euclides da Cunha (SP-320) com 184 quilos de pasta de cocaína. O carregamento de entorpecente avaliado em R$ 3 milhões (na época) vinha de Corumbá e seguia para Piracicaba.

O caminhão que transportava ferro foi interceptado na rodovia pela equipe do Tático Ostensivo Rodoviário (TOR), em Votuporanga. Os 180 tabletes da droga estavam escondidos sob a carga. Na ocasião, o TOR apoio a operação da PF.

De lá para cá a PF, Ministério Público e a Justiça continuam trabalhando no desmantelamento da quadrilha. Processos de investigação foram desmembrados e continuam tramitando na Comarca de Votuporanga. Em uma das últimas movimentações, no início deste mês, foi negada a liberdade para um dos presos.

Caminhoneiro alegou tratar de 10 filhos

O motorista de caminhão preso em Votuporanga foi condenado, ainda em 2021, a 9,4 anos de prisão. Durante depoimento à justiça à época, alegou ter transportado a droga por dinheiro, para cuidar dos 10 filhos, pois enfrentava dificuldades financeiras, o que foi rechaçado pelo juiz na sentença.

“….Interrogado ao fim da audiência, a fls. 462/3, L. retratou-se, anuindo, parcialmente, à imputação, a pretexto de que tem dez filhos e estava passando necessidades. Não é, todavia, justificável que, diante de apuros sociais, econômicos e financeiros, típicos de todo ser humano, alguém ingresse no mundo do crime, em especial do comércio de veneno destruidor, arrasando dependentes, famílias e sociedade, além de onerar órgãos públicos e privados de saúde. Expandido esse entendimento, a vida em comunidade tornar-se-ia inviável. Nada mais execrável (rectius, hediondo) do que sobreviver graças ao infortúnio alheio, sem escrúpulo. Não é plausível prover o sustento de numerosa prole, sacrificando milhares de incautos consumidores!…”, escreveu o juiz, que também classificou como ‘ousadia’ o motorista tentar atravessar dois estados transportando 184 quilos de cocaína no veículo.

A atuação de outros narcotraficantes em vários estados continua em investigação sigilosa, por isso a PF não comenta o caso.

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