sábado, 28 de dezembro de 2024
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Lá se vão os anéis, de novo

Algum tempo atrás, acompanhamos o episódio que culminou com a queda da ex-ministra Erenice. Agora, um assessor do alto escalão do Ministério do Trabalho, pessoa próxima ao atual ministro de…

Algum tempo atrás, acompanhamos o episódio que culminou com a queda da ex-ministra Erenice. Agora, um assessor do alto escalão do Ministério do Trabalho, pessoa próxima ao atual ministro de plantão, viveu a mesma realidade: no primeiro momento, rechaçou a idéia, mas depois foi obrigado a pedir demissão.

Esses dois momentos distintos nos obrigam a uma reflexão: até quando vamos ser obrigados a acompanhar noticiários dando conta de administrações e ou administradores voltados para o benefício próprio e não da sociedade que deveriam representar?

Sem querer fazer juízo de valores, até porque não nos cabe julgar se esse ou aquele acusado é culpado ou inocente, já que isso é função da justiça, o princípio elementar de qualquer administrador público deveria ser o ditado romano segundo o qual “à mulher de César não basta ser honesta, tem que parecer honesta”.

Passados milhares de anos, a máxima romana continua atual e deveria ser seguida à risca pelos homens públicos. Ao administrador, não basta que ele seja honesto. Ele tem que deixar transparecer essa honestidade. No caso do assessor, por exemplo, ainda que fique comprovada sua inocência, o que é até possível, não se pode aceitar que relações escusas e obscuras interfiram nas questões públicas ou vice-versa.

Fosse por uma questão de princípios ou mesmo para que fossem evitadas discussões como as que se estabeleceram após o estouro do caso, de bom alvitre seria que essas pessoas se mantivessem afastados do poder. A proximidade dos mal intencionados com o poder é trágica e provoca calafrios quando imaginamos essa promiscuidade.

Governos são eleitos e pessoas são escolhidas para gerir os interesses de todos e não para grupos, partidos ou coligações. Nunca para benefício próprio ou para retaliar e impor restrições a adversários políticos.

Noves fora essa conclusão, analisando friamente o caso, ficou claro que a opinião pública não mostrou nenhum interesse em saber se o assessor estava certo ou errado ou se praticou tráfico de influência. Porém, fica cada dia mais evidente que a sociedade exige e tem a obrigação de cobrar de nossos governantes uma fiscalização rígida e severa para que aproveitadores não se organizem no intuito de saquear os cofres públicos, como se esses “assaltos” fossem a coisa mais natural do mundo.

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