A troca de farpas entre Luiz Felipe Scolari e a CBF ganhou mais um capítulo nesta quarta-feira. Depois de insinuar benefícios para times de São Paulo e Rio de Janeiro e ouvir resposta atravessada de Marco Polo Del Nero, o ex-técnico da seleção brasileiro deu a tréplica, rebatendo aquele que foi seu superior.
“Eu disse em entrevista coletiva e está gravado, que não interessa a quem administra o futebol como empresa, ter duas equipes do sul e duas de Minas classificadas para a Libertadores. Em nenhum momento citei a entidade CBF”, iniciou o treinador, em comunicado divulgado à imprensa.
“Eu afirmei que não há interesse para a empresa porque visa lucros e o grande mercado financeiro, que está em São Paulo e Rio de Janeiro. É só prestar atenção no que eu disse. Pois se não ouviu era melhor não emitir opinião”, seguiu, lembrando que Del Nero disse que as reclamações eram “chororô”.
Depois da derrota do Grêmio diante do Corinthians, em São Paulo, que acabou enterrando o sonho tricolor de ir à Libertadores, Felipão disse que as vagas para ir ao torneio sul-americano “já estavam definidas” e que “para quem administra o futebol, não era interessante” a vaga para times do Sul.
Dias depois, em entrevista à Rádio Globo, Del Nero, hoje vice da CBF e futuro presidente, respondeu. “Ele (Felipão) nos conheceu, conheceu a CBF, sabe como se trabalha. É um chororô que lamentavelmente o senhor Luiz Felipe expôs e não deveria”, disse, indo ainda além.
“Ele deveria treinar melhor os jogadores do que reclamar da CBF. O que eu vejo desses treinadores que reclamam é que eles perdem os postos que gostariam de ocupar e culpam alguém. Arbitragem, CBF, só falta culpar Deus. Eles têm que se preparar melhor, atentar que o mundo mudou.”
Em sua “tréplica”, Felipão também falou sobre o trecho. “Quanto ao técnicos brasileiros se reciclarem, há sempre esta disposição dos treinadores. Mas seria bom que todos os setores do futebol brasileiro pudesse se reciclar e buscar melhorias de fato. E não só no discurso”, encerrou.
Leia, na íntegra, a resposta de Luiz Felipe Scolari:
“Eu disse em entrevista coletiva e está gravado, que não interessa a quem administra o futebol como empresa, ter duas equipes do sul e duas de Minas classificadas para a Libertadores. Em nenhum momento citei a entidade CBF. Que eu saiba, a Confederação Brasileira não é uma empresa e sim uma entidade que tem como obrigação ajudar o futebol brasileiro e que não tem fins lucrativos. Eu afirmei que não há interesse para a empresa porque visa lucros e o grande mercado financeiro está em São Paulo e Rio de Janeiro. É só prestar atenção no que eu disse. Pois se não ouviu era melhor não emitir oponião. Quanto ao técnicos brasileiros se reciclarem, há sempre esta disposição dos treinadores. Mas seria bom que todos os setores do futebol brasileiro pudesse se reciclar e buscar melhorias de fato. E não só no discurso”
