terça, 12 de novembro de 2024
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Em terra de cana, fernandopolense planta arroz

Assim que fundada, Fernandópolis foi objeto de estudos quanto à sua topografia, solo e clima para a introdução da cultura do café na região, dadas as condições de localização, altitude,…

Assim que fundada, Fernandópolis foi objeto de estudos quanto à sua topografia, solo e clima para a introdução da cultura do café na região, dadas as condições de localização, altitude, chuvas perenes e clima quente.

Na época, a nascente pecuária extensiva e os roçados sazonais de arroz e feijão dividiam espaço com os cafezais. Porém, em meados dos anos 50, efetivou-se a cultura do algodão no município, tomando o lugar das antigas roças do tradicional arroz e o feijão.

Após cerca de uma década e meia de convivência entre o “ouro negro” e o “ouro branco”, o algodão passou a reinar depois que a geada de 1975 dizimou os cafezais da microrregião de Fernandópolis.

Entretanto, a crise da década de 70 no mercado internacional do petróleo – que fez o preço do barril saltar de US$ 8 para US$ 34 da noite para o dia – obrigou o mundo a buscar fontes alternativas de energia.

Foi quando surgiu a cana-de-açúcar, matéria prima do etanol, uma energia renovável que é excelente alternativa à gasolina. De lá para cá, o cultivo da cana avançou gradativamente sobre os demais plantios e praticamente tomou conta do setor agrário em todo Brasil.

Em Fernandópolis não foi diferente. A cultura da cana chegou gradativamente e, aos poucos, tomou conta das terras agricultáveis do município.

No entanto, em meio ao “mar de cana”, uma cultivação familiar de arroz perdura há mais de 20 anos. Em seu sítio, de 45 alqueires, o agricultor Mauricio Luis Bacaro separou pouco mais de um quarto de terra para manter a tradição.

“Plantamos mesmo só para o nosso consumo. No ano passado, colhemos apenas 28 sacas (cada saca, 60 quilos), esse ano vai dar um pouco mais. Assim que tiramos o arroz, plantamos o feijão e assim vai indo”, destacou Bacaro.

O produtor beneficia arroz em sua própria propriedade. Ele adquiriu uma pequena máquina após as antigas beneficiadoras de Fernandópolis fecharem as portas.

No Brasil, cerca de sete milhões de hectares são ocupados por cana. O produtor fernandopolense é um dos poucos que ainda não se rendeu a matéria prima do etanol.

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