Na última sessão da Câmara, o vereador Chamel apresentou uma proposta inusitada. Aprovado por unanimidade, o requerimento prevê seja oficiada a Associação de Amigos acerca de seu posicionamento sobre a escolha de candidato de consenso a deputado federal e estadual nas próximas eleições.
Noves fora o teor utópico de que a candidatura única prevaleça, até mesmo pelo espírito da democracia, que prega a pluralidade de opções, o requerimento já nasceu vitorioso num ponto: a conscientização de que existe a necessidade (urgente) de que escolhamos alguém que realmente represente a cidade.
Sem demérito da atuação do tucano Julio Semeghini, a realidade é que a cidade está definhando politicamente após o governo do também tucano Armando Farinazzo, que gozava de grande conceito junto à cúpula mas não conseguiu transformar esse prestígio em obras e ou projetos que alavancassem o município.
Como não adianta chorar o leite derramado, o negócio é “arregaçar as mangas” e sair em busca da pessoa que consiga canalizar o sentimento de que a cidade estará representada. Fausto Pinato e Zambon, pré candidatos a deputado federal e estadual, respectivamente, que foram os nomes discutidos na sessão, mostram que já temos um ponto de partida e aos nomes deles certamente vão se somar outros que também tentarão preencher essa lacuna.
No momento, acredito que Pinato sai na frente, por duas razões: primeiro porque já tem, em torno de si, a base dos partidos que fizeram parte do chamado “grupo dos 11”, que se reagrupou e foi fundamental na eleição da prefeita Ana Bim, segundo porque consegue aliar a força da juventude e o sentimento crescente de renovação com a experiência de quem milita há muitos anos nos bastidores e conhece como ninguém os atalhos, granjeando apoios à esquerda e à direita em todos os partidos políticos e segmentos da sociedade.
Partindo dessas constatações, a consolidação do nome de Pinato é questão de tempo e a sua eleição, tida pelos analistas como bastante provável, em razão do fenômeno Russomanno, provocará uma ruptura na política fernandopolense.
Fora isso, ainda que não haja esse esperado consenso, ao menos um ponto merece destaque: os candidatos que aqui se apresentarem terão que, obrigatoriamente, firmar seus compromissos com o eleitorado, de forma que, de uma maneira ou outra, farão com que a cidade esteja representada por alguém que possa, de fato, defender os projetos locais.
É óbvio que muita água ainda vai passar debaixo dessa ponte, porém, é inegável que o fortalecimento desses nomes vai contribuir, sem dúvida, para o fortalecimento político da cidade. Que assim seja!