A cada dia somos assombrados por uma sucessão de escândalos que não tem mais fim. As últimas notícias sobre o escândalo que se convencionou chamar “máfia do asfalto” desmascarou vários políticos da região ou que aqui criaram raízes e amealharam votos a torto e a direito.
As divulgações preliminares mostram que vamos ter que nos acostumar com as máscaras que alguns desses políticos carregam. Esse rombo passa do bilhão de reais, segundo as estimativas iniciais.
Enquanto isso, mais uma quadrilha foi desbaratada no seio da capital paulista.
O valor do rombo pode chegar a R$ 500 milhões. De fato, é um absurdo, principalmente se levarmos em consideração o que poderia ser feito em benefício da população com os valores desviado dos cofres públicos.
Feito esse preâmbulo, penso que o tema nos obriga a uma reflexão: até quando vamos ser obrigados a acompanhar noticiários dando conta de políticos envolvidos em falcatruas em desfavor da sociedade que deveriam representar?
Sem querer fazer juízo de valores, até porque não nos cabe julgar se esse ou aquele acusado é culpado ou inocente, já que isso é função da justiça, o princípio elementar de qualquer homem público deveria ser o ditado romano segundo o qual “à mulher de César não basta ser honesta, tem que parecer honesta”.
Passados milhares de anos, a máxima romana continua atual e deveria ser seguida à risca pelos homens públicos, que não devem somente ser honestos. Eles tem que deixar transparecer essa honestidade.
Essa proximidade entre corruptores e corruptos é trágica e provoca calafrios quando imaginamos a promiscuidade do poder. Políticos são eleitos para gerir os interesses de todos e nunca para si ou para grupos, partidos ou coligações.
Analisando friamente os casos da “máfia do asfalto” e da prefeitura paulistana, fica evidente que a opinião pública cada dia que passa acredita menos nos políticos e nos homens públicos.
Porém, fica ainda mais claro que a sociedade tem a obrigação de cobrar desses maus homens públicos uma fiscalização rígida e severa para que aproveitadores não se organizem no intuito de saquear os nossos cofres, como se esses “assaltos” fossem a coisa mais natural do mundo.