terça-feira, 22 de outubro de 2024
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Agente penitenciário teme ação do PCC

Os terríveis ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC) contra policiais civis e militares completaram dois meses. Agora o novo alvo dos bandidos ligados à facção criminosa é os agentes…

Os terríveis ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC) contra policiais civis e militares completaram dois meses. Agora o novo alvo dos bandidos ligados à facção criminosa é os agentes penitenciários. Até agora 14 deles já foram mortos em todo o estado.
Catanduva não registrou nenhum ataque do PCC desde maio. Apesar de a Cadeia Pública local passar por um momento de calmaria, não é descartado algum tipo de ação criminosa contra policiais na cidade. Esta é a opinião de um carcereiro que trabalha na cadeia local há oito anos.
Por motivos de segurança, foi preservada sua identidade.
Segundo ele, qualquer presídio, desde os mais simples até os mais complexos, está sujeito a receber ordens do PCC. “A facção comanda tudo, infelizmente. Se o encarcerado entra para o PCC e não cumpre as ‘tarefas’ recebidas dos ‘cabeças’, eles são “espetados”, ou seja, punidos pelos próprios membros da organização no futuro. Todos os policiais do nosso estado, tanto militares quanto civis, correm risco. Em Catanduva não é diferente”.
Atualmente a cadeia local abriga 37 prisioneiros. Os crimes cometidos por eles são variados, como furto, roubo, homicídio e tráfico de droga. “Só não temos seqüestradores. Por enquanto nossos presos estão se comportando bem, não temos tido nenhum alvoroço aqui. A última rebelião em Catanduva ocorreu há oito anos”, comentou.

Isolamento
Para o carcereiro, a principal maneira de acabar com a facção criminosa ‘PCC’ é eliminar os celulares e outros sistemas de comunicação utilizados pelos bandidos dentro das celas.
“O governo deveria intensificar, de modo permanente, as varreduras nas celas dos encarcerados. Se acabar com os celulares deles, os membros do PCC ficarão isolados e, portanto, deixarão de existir”.
O bloqueio do sinal de celulares ao redor de penitenciárias, método utilizado em cidades de grande porte, não é uma boa solução para evitar a comunicação de presidiários. “O problema maior é que as casas vizinhas também são atingidas pelo bloqueio. O certo mesmo é convocar equipes de vistoria para retirar os celulares dos presos”.

Descontrole
Por a situação atual do PCC estar descontrolada, em breve os bandidos acabarão trocando tiros com os próprios companheiros de facção. “O PCC não está bem. Os membros acabarão trocando tiros e se matando. Se um se recusar a obedecer ordens, o outro vai lá e acaba eliminando-o”.
Os agentes penitenciários e carcereiros não usam armas e, por isso, os bandidos acham que podem atacá-los. “Agora, se formos usar as armas – dependemos da proposta do governo estadual – haverá, acredito eu, um certo receio dos bandidos”, finalizou.

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