Protagonista de um filme e uma série que abordam assédios sexuais, Adriana Esteves afirmou que já foi vítima dessa violência.
“Eu não conheço quem nunca tenha sofrido. E não falo só de mulheres, mas de meninos. E afirmo que, sim, infelizmente, sofri. Em todo o crescimento, desde a escola até o início da vida profissional, existe isso cerceando”, contou em entrevista publicada na coluna do jornalista Bruno Astuto, na revista Época, nesta segunda-feira (15).
A atriz comentou a repercussão das recentes acusações em Hollywood e elogiou o discurso da apresentadora e atriz norte-americana Oprah Winfrey na premiação do Globo de Ouro: “A gente quer se preservar, tem medo, não sabe até quando isso vai fazer parte da vida, mas os tempos estão mudando: Time`s up! O discurso da Oprah [Winfrey] no Globo de Ouro foi sensacional, resume o assunto de forma importante”.
No elenco do filme “Benzinho” e da série “Assédio” (que abordará os crimes do ex-médico Roger Abdelmassih), Adriana disse que sempre se envolve em projetos cujas histórias despertem seu interresse. “Minha identificação com os temas e assuntos que fazem parte dos meus pensamentos e das minhas angústias me puxam”, explicou. “Em Benzinho, faço uma mulher que sofre violência física e emocional. É um projeto lindo e delicado. Em Assédio, também interpreto uma das vítimas daquele ex-médico”.
Ano eleitoral, maternidade e Carminha
Na esfera da política, Adriana garantiu que vê “o Brasil sempre com esperança”. “Ainda bem que já chegamos a 2018, porque agora vamos ter, enfim, definições. É hora de correr atrás de amadurecimento. Que a gente consiga, por tudo que está passando de ruim, atingir essa maturidade na hora de votar. Já está havendo a limpeza”.
Mãe e casada com o ator Vladimir Brichta, Adriana descreve-se com “completamente apaixonada pela cria”. “Um pouco controladora demais, mas eu tento me dosar, para esse controle não ser nocivo a eles”, definiu. “E mesmo com tanto trabalho, arrumo tempo, faço mágica, para estar presente e perto deles. Agnes está fazendo psicologia e Felipe também está na faculdade cursando Direito. Só Vicente, que é nosso bebê, tem 11 anos e está na escola. Primo pela educação deles, a formação do indivíduo mesmo”.
Ainda é chamada de Carminha nas ruas, Adriana diz que se diverte: “Foi uma potência tão grande, que não consegui criar distanciamento dela. Ainda ouço na rua: Oi! É a Carminha?. Respondo: Sou eu, sim [risos]. É preciso ter humor na vida”