A notícia de que o TSE autorizou a criação de dois novos partidos políticos, ampliando para 32 o número de siglas eleitorais, reacendeu o debate sobre a enxurrada de partidos existentes no Brasil.
É evidente que a multiplicidade de partidos é típico da democracia, porém, o excessivo número provoca discussões acerca da necessidade de tantos movimentos políticos, mesmo porque é sabido que alguns partidos são criados exclusivamente para servir aos interesses de “seu dono”, posto que já nasçam carimbados sob o rótulo de “partido do fulano” ou “partido do sicrano”.
Malgrado isso, a pergunta que não quer calar é uma só: até quando vamos continuar assistindo a batelada de registro de novos partidos? Sim, porque não bastassem os agora trinta e dois partidos, ainda existe uma lista interminável de novos pretendentes aguardando autorização do TSE.
Segundo consta, tramita no Congresso um projeto de lei que inibe e dificulta a criação de novos partidos, até porque não é preciso ser nenhum cientista político para concluir que o grande número de legendas aumenta o descrédito dos eleitores quanto aos partidos.
Além disso, todos sabemos que uma das grandes motivações desses partidos nanicos é participar do Fundo Partidário mantido pelo governo federal, que distribui centenas de milhões de reais todos os anos, independente do tamanho da agremiação, além da visibilidade garantida na tevê em horário nobre.
Não há dúvida de que isso tem que acabar, que essa farra tem que parar, que a população não aguenta mais ver e ouvir esse tipo de notícia.
Sem contar que é praticamente impossível manter uma democracia forte sem partidos e programas de governo fortes, levando em conta o número excessivo de legendas.
Parece que todo mundo se esqueceu que um partido político tem que ser formado pelas urnas. Até quando?