O Zoológico Municipal de São José do Rio Preto (SP), registrou o nascimento de mais um filhote de anta (Tapirus terrestris) no dia 13 do mês passado. O animal é uma fêmea que recebeu o nome de Amora e nasceu pesando 9,5kg. Ela é cria da anta mais velha do Zoo, Júlia, e do único reprodutor do plantel, Antônio.
O filhote é resultado do cruzamento e parto naturais. A anta nasceu com saúde e se desenvolve bem. “O nascimento de antas é bem comum em cativeiro, é uma espécie de reprodução muito tranquila tanto para o macho como para fêmea”, afirma o veterinário e coordenador do Zoológico, Guilherme Guerra Neto.
Conservação e intercâmbio
A conservação da biodiversidade é, atualmente, um dos principais pilares dos zoológicos e aquários, incluindo o Zoológico de Rio Preto. Em abril de 2018, a Azab (Associação de Zoológicos e a Aquários do Brasil), da qual o Zoo Rio Preto faz parte, assinou junto ao ICMBio (Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade) e MMA (Ministério do Meio Ambiente), um Acordo de Cooperação Técnica para elaboração, implementação, manutenção e coordenação dos programas de manejo de espécies ameaçadas em zoológicos e aquários brasileiros, durante cinco anos, além de outras parcerias de conservação como é o caso das antas.
O Zoológico mantém o programa de conservação dessas espécies que conta com o apoio das instituições citadas e seus técnicos e pesquisadores.
Objetivos
– Trabalhar na manutenção destas espécies em cativeiro, mantendo um plantel saudável e geneticamente viável à reprodução ex-situ;
– Recuperar indivíduos tidos como vítimas de impactos ambientais e retornar com estes animais ao seu habitat;
– Reproduzir essas espécies com intuito de participar de programas de soltura desses animais.
O Zoo de Rio Preto também tem atuado em pesquisas científicas com foco em bem-estar, trazendo para a comunidade científica trabalhos que favoreçam a melhoria das técnicas usadas no enriquecimento ambiental e no condicionamento animal, buscando a diminuição do estresse crônico de cativeiro para os animais selvagens cativos e assim promovendo saúde e qualidade de vida.
Os trabalhos desenvolvidos
-O Condicionamento Operante como Ferramenta de Manejo e Bem-estar de Antas (Tapirus terrestris) no Zoológico Municipal de São José do Rio Preto;
-Avaliação da diversidade genética das antas (Tapirus terrestris) em cativeiro no Brasil. Esta pesquisa está alinhada ao Plano de Ação Nacional de Ungulados e associado ao projeto de mestrado intitulado “Ferramentas Genéticas para Apoio à Reintrodução de Antas Tapirus terrestris na Mata Atlântica do Rio de Janeiro”, realizado por Júlia Bontempo na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, sob orientação de Haydee Cunha e Maron Galliez.
Ameaças
A caça é uma das maiores ameaças às antas, dado sua taxa reprodutiva extremamente lenta. Quando combinada com a fragmentação e destruição do habitat, possui efeitos devastadores sobre as populações. Esta atividade, se realizada em pequenos fragmentos de floresta, é capaz de extinguir a espécie localmente em pouco tempo, o que pode estar ocorrendo com a subpopulação de antas que ocorrem nas bacias hidrográficas do baixo Tietê e Tietê-Batalha, locais de origem de todas as antas de vida livre recebidas para reabilitação pelo Zoológico de Rio Preto.