Nesta terça-feira, 12, Zé Bocca o “Contador de causos”, Marcos Boi e Rolando Beltran se apresentaram em duas sessões para mais de 600 alunos da rede pública, numa parceria da Secretaria da Cultura com a Educação, sob a coordenação da bibliotecária Lúcia Lacerda Borges. O evento faz parte do programa Viagem Literária, convênio firmado pela Prefeitura de Fernandópolis com a Secretaria de Estado da Cultura.
Todos são pesquisadores apaixonados, que garimpam, com brilho nos olhos, pepitas de sua temática predileta. Brilho que se mantém quando sobem ao palco, com o espetáculo “Contação de Histórias”, que faz parte do Projeto Viagem Literária, uma parceria da Secretaria de Estado da Cultura de SP com 80 municípios selecionados – inclusive Fernandópolis.
“O resultado foi consagrador: as crianças se deliciaram, participaram, cantaram e aplaudiram. Zé Bocca foi adiante, com suas histórias hilariantes, sobre personagens e um tempo que, lamentavelmente, jamais voltarão”,conta o secretário Municipal de Cultura.
José Antonio Carlos, ou Zé Bocca, apelido de infância pelo qual prefere ser chamado, nasceu em Votorantim, perigosamente perto da Capital, mas seus olhos preferem enxergar o verde das matas brasileiras. Zé Bocca prefere o cheiro de mato ao odor do cimento que se fabrica em sua terra natal.
Por acaso, as histórias que amava narrar nos bares, festas e reuniões viraram seu ganha-pão. Por volta de 1987, ele se uniu a um grupo de Sorocaba e “virou artista”, como se diz no interior. Zé Bocca se transformaria numa espécie de arauto das coisas e “causos” dos caipiras, a cultura que tanto ama e tanto quer preservar.
Quem conversa com ele e com os músicos Marcos Boi, paulista de Mairinque, e Rolando Beltran, um insuspeitado chileno de Sorocaba (chileno tocador de viola, nunca tinha visto) se surpreende com a retórica e o conhecimento do trio sobre as questões culturais que envolvem o mundo do caipira: em minutos, falou-se de Cornélio Pires a Antonio Cândido, em ritmos populares e filmografia sobre o assunto.
Esse módulo do projeto é voltado para um público-alvo específico – na faixa etária a partir dos 10 anos de idade, até os 14. O projeto terá eventos também nos meses subseqüentes: setembro, com “Bate-papo com o escritor” (voltado para a literatura infanto-juvenil); outubro (público adulto); e um módulo especial em novembro, onde será discutido o conceito de “biblioteca viva”.