A Justiça determinou a penhora dos cachês dos shows do cantor Xanddy, do grupo Harmonia do Samba, para pagar uma dívida do artista de R$ 5,5 milhões com a empresa South América Serviços e Assessoria Logística. O processo tramita desde 2005 e se refere ao não pagamento por parte do cantor e de sua mulher, Carla Perez, dos valores acordados para a compra de um imóvel, localizado na cidade de Lauro de Freitas, perto de Salvador, que seria da empresa.
O casal vai recorrer da decisão. Segundo Leandro Neves, advogado de Xanddy e Carla, os artistas suspenderam o negócio e se recusaram a efetuar o pagamento quando descobriram que a South América não seria a verdadeira proprietária do imóvel.
“A South América jamais apresentou a escritura do imóvel que lhe outorgava direito a propriedade, nem mesmo a certidão da matricula, em que constasse como proprietária, mas apenas um contrato particular firmado com o verdadeiro proprietário em que este supostamente passava à empresa os direitos sobre o imóvel”, afirmou o advogado.
De acordo com Neves, Xanddy e Carla decidiram cancelar a negociação ao ficarem sabendo que a empresa era questionada judicialmente pelo antigo proprietário em relação ao contrato em que a South América teria adquirido os direitos sobre a propriedade.
O advogado afirmou que, com o objetivo de minimizar os prejuízos, Xanddy e Carla ingressaram com uma ação judicial para anular o contrato com a South América. Esse processo ainda está em andamento. Além disso, Neves afirmou que o casal vai entrar com uma ação criminal contra a empresa por estelionato.
“Estamos aguardando a decisão da anulação do negócio para automaticamente ser dado baixa na execução, porém esse tempo é da Justiça, não nosso. Enquanto isso, eles seguem pressionando, querendo fazer acordo e até chantageando a colocar o caso na imprensa, o que estão fazendo, com decisões temporárias de embargos e outras”, afirmou o cantor.
Mohamad Fahad Hassan, advogado da South América, nega irregularidades na negociação do imóvel. “A empresa South adquiriu o imóvel por meio de contrato de cessão de direitos celebrado com o antigo proprietário, e na sequencia negociou esses mesmos direitos com o Alexandre [Xanddy] e a Carla Perez. […] O contrato que eles assinaram é claro e expresso e contém todas essas informações, e eles foram assessorados pelos seus advogados. Essa alegação de que foram vítimas de um golpe é uma retórica pueril e que não resiste à mínima leitura do processo”, afirmou.Segundo o que teria sido acordado, o casal deveria pagar pelo imóvel cinco parcelas de R$ 700 mil.