Nesta quinta-feira (14), o jornalista William Bonner usou seu perfil no Instagram para criticar os insultos recebidos nas redes sociais, em relação às perguntas feitas por ele aos candidatos à Presidência da República. Bonner pediu respeito e tolerância na web.
“É esse respeito que falta aos que usam o espaço de comentários de uma foto para insultar, agredir, praguejar contra o conteúdo eminentemente jornalístico de uma entrevista. Insultam não só a mim, como entrevistador, mas a todos os demais eleitores que desejam ser informados sobre as questões polêmicas de todos os candidatos, seja quem forem.”
“Essa intolerância eu faço questão de deixar registrada nos comentários. Alguma utilidade terá pra quem quiser analisar os frequentadores desse ambiente encantador e agressivo, enriquecedor e mesquinho, democrático e sectário que é a internet”, desabafou ele.
Esperando a decolagem de seu voo de Brasília para o Rio de Janeiro, William aproveitou para fazer uma análise sobre as ofensas por seu trabalho como jornalista, e também lamentou a falta de informação e a intolerância política de alguns.
“Enquanto aguardamos que o tempo nos permita decolar, vejo com espanto como as paixões eleitorais momentâneas podem alimentar a intolerância de um tipo de eleitor que se considera suficientemente informado sobre os candidatos – e que nega às outras pessoas o direito de se informar. É aquele que não quer saber mais nada. Não quer ouvir explicação sobre nenhuma questão polêmica. E é um direito dele. O problema é quando não quer que ninguém mais tome conhecimento daquelas questões. E, por isso, insulta quem pensa de forma diferente, insulta quem cobra aquelas explicações de candidatos a cargos públicos. Isso se chama obscurantismo”.
Na última quarta, o candidato Eduardo Campos (PSB), vítima de um acidente aéreo, foi entrevistado por Bonner e Patrícia Poeta no “Jornal Nacional”.
Fátima Bernardes, mulher de William, também criticou a falta de respeito e as piadas feitas com a morte de Campos na internet.
“Eu fiquei chocada com a quantidade de pessoas que utilizam as redes sociais para algum tipo de ofensa pessoal. Sou de um tempo de que, se eu não gostasse do meu vizinho, eu não bateria na porta da casa dele para dizer algo contra ele, porque eu simplesmente respeitaria o luto. Ontem, foi um dia que olhei para a minha lista e tirei muita gente. Acho que é um dia que para se respeitar o luto, independentemente de qualquer partido, de ser político ou não, de ser famoso ou não”, desabafou ela durante apresentação de seu programa “Encontro com Fátima Bernardes”.