Um artigo produzido por um cientista sul-africano afirma ter encontrado evidências que sugerem o uso de maconha por parte do escritor William Shakespeare. O texto foi publicado nesta semana pelo South African Journal of Science.
Francis Thackeray, do Instituto de Estudos Evolucionistas da Universidade de Witswatersrand, em Johannesburgo, diz ter tido acesso aos jardins da casa onde viveu o escritor britânico, um dos mais conhecidos da história, no condado de Warwickshire, na Inglaterra.
Com a autorização da organização Shakespeare Birthplace Trust, responsável pelo espólio do escritor, Thackeray escavou o jardim da casa do britânico, morto em 1666, e encontrou um cachimbo do século 17.
As análises científicas do conteúdo se deram por meio de 24 fragmentos do cachimbo, sendo que em ao menos oito havia traços de maconha; em um, de nicotina; e ao menos dois, de plantas de coca peruana.
“Análises químicas de resíduos do início do século 17 mostram que as pessoas fumavam uma grande diversidade de plantas na Europa naquela época. As Análises literárias e a ciência química podem se beneficiar mutuamente para um melhor entendimento de Shakespeare e de seus contemporâneos”, resume o estudo.
Shakespeare já havia levantado suspeitas sobre o uso da erva proibida por parte de especialistas a partir da interpretação de alguns de seus textos. No Soneto 76, cita o estudo, o escritor diz a frase “invention in a noted weed” (algo como “invenção em uma erva daninha” – weed é um outro nome para maconha). Isso, dizem os cientistas, faz referência ao uso da droga como objeto de inspiração.