Estudo anual “Digital Life”, conduzido pelo ITU, aponta que usuários com até 54 anos passam mais horas online que à frente da TV.
As mídias eletrônicas já atraem mais atenção de usuários com até 55 anos de idade em todo o mundo em relação a jornais, TVs e rádio, segundo estudo divulgado neste domingo pela União Internacional de Telecomunicações (do inglês, ITU), braço da ONU para telecom.
Conduzido entre todos os países que participam das Nações Unidas, o levantamento “Digital Life 2006” se propõe a estudar o impacto das tecnologias no cotidiano da sociedade a começar por mudanças sociais.
A internet é a mídia mais consultada em todas as categorias até 54 anos, com até 16 horas semanais passadas online. Antiga líder, a TV não ocupa a segunda posição apenas entre as pessoas com mais de 55 anos, que passam 17 horas por semana em frente à tela.
O tempo gasto com jornais, revistas e cinema chega a ser até 7 vezes menor que o uso de internet, enquanto rádios ocupam cerca de um quarto do tempo de atividades online, diz o capítulo “Being Digital” do estudo, clara referência ao livro escrito pelo pesquisador Nicholas Negroponte em 1995.
O aumento no consumo de mídias eletrônicas tem relação com a crescente penetração de banda larga, afirma o estudo, exemplificando que, em 2005, a conexão mais que quintuplicou em apenas três anos, com destaque para o impulso da banda larga móvel em 2004.
Em 2006, o total de conexões de banda larga em todo o mundo atingiu 277 milhões, com 166 países dispondo do serviço e maior concentração na Ásia (41,2%) e na América (32,2%).
Outro aspecto que impulsionou o maior uso da internet foi a mudança no perfil de uso de computadores – ao invés dos antigos mainframe, que permitia que diversos usuários usassem a mesma máquina, o setor de TI atualmente chega a acumular diversos micros para apenas um usuário.
Os avanços terão como conseqüência direta o aquecimento do mercado de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) que, em 2005, movimentou 3,13 trilhões de dólares em todo o mundo, segundo cálculos do estudo, puxado por serviços de telecomunicações.
A telefonia celular também sofreu avanços substanciais, segundo o “Digital Life 2006”. Ao invés de demorar 125 anos para atingir 1 milhão de usuários, como a telefonia fixa, os usuários de celulares chegaram ao mesmo número em apenas 21 anos.
Os avanços na telefonia deverão fomentar, nos próximos anos, tanto novos projetos de transmissão móvel de dados, como serviços de TV no celular S-DMB e IPTV, como promover a inclusão digital, com a massificação de redes WiMax em um prazo estipulado de 6 anos pelo órgão.