A crise em razão da pandemia do coronavírus deixou o comerciante Luís Augusto Demore Fernandes em situação difícil, e o ápice das complicações aconteceu ontem quando a energia de sua sorveteria, localizada na avenida João Gonçalves Leite (avenida do Assary), foi cortada.
Em apelo nas redes sociais, Luís, 42 anos, pai de três filhos (três, cinco e 11 anos de idade), contou que por conta da crise, não conseguiu manter as contas de energia pagas e por isso a concessionária fez o corte no fornecimento, ontem, por volta das 9h. Ele, então, resolveu fazer uma promoção para não perder todo o sorvete.Solidários, os votuporanguenses atenderam ao “chamado” do comerciante e por volta das 15h uma fila se formou no estabelecimento.
A advogada Mariflávia Peixe de Lima falou em nome de Luís sobre a situação. “Eu me deparei com a imagem do Luís nas redes sociais e entrei em contato com ele, que mal conseguia falar por tamanho o desespero”, contou.
De acordo com ela, as grandes dificuldades do comerciante ocorreram na pandemia. Ela lembrou que por algum tempo o estabelecimento ficou fechado, e mesmo quando voltou a funcionar, a diminuição da clientela foi “absurda”. “Diminuíram os clientes, os gastos eram os mesmos, então algumas contas ficaram atrasadas. Já sabendo da responsabilidade, ele procurou outra colega advogada para uma tentativa de parcelar esse débito”, falou.
Ela destacou que Luís não nega o débito, porém não tem condições de quitá-lo integralmente. “Mas, infelizmente, a nossa Justiça é morosa, então a empresa veio cortar a energia e bloquear o relógio. Nós sabemos que todos os serviços precisam de remuneração, mas o momento que estamos passando hoje aqui é difícil”, comentou.
Voluntariamente, Mariflávia e outros amigos de Luís o ajudaram no trabalho da sorveteria na tarde de ontem.
