sábado, 23 de novembro de 2024
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Votuporanga recebe lançamento da campanha “Não Vou Pagar o Pato”

Na manhã de ontem, Votuporanga foi palco do lançamento da Campanha “Não Vou Pagar o Pato”, liderada pela FIESP/CIESP. A manifestação foi realizada na Concha Acústica Prof. Geraldo Alves Machado,…

Na manhã de ontem, Votuporanga foi palco do lançamento da Campanha “Não Vou Pagar o Pato”, liderada pela FIESP/CIESP.

A manifestação foi realizada na Concha Acústica Prof. Geraldo Alves Machado, onde, além de colher assinaturas de apoio à campanha, tiveram pronunciamento de lideranças da cidade.

No município, além do Fiesp, líderes de classes como Associação Comercial e a Associação Industrial da Região de Votuporanga, também estiveram presentes. Um dos articuladores da campanha na cidade, Ricardo Zacarelli, que também representa o Fiesp em Votuporanga, relatou que já foram realizados dois lançamentos oficiais, um em São Paulo, outro em Brasília. Agora, as frentes de liderança estão pulverizando a ideia nas demais cidades.

Até o momento, mais de 800 mil assinaturas já foram colhidas, número este que tende a aumentar. “Eu não vou pagar o pato” tem como principal intuito a briga pela melhor gestão dos recursos públicos provenientes dos impostos, tal como a contrariedade na volta da CPMF, anunciada como proposta do governo há pouco tempo.

“A CPMF é um imposto que já existia e, de início, foi criado para gerar recursos à saúde, o que não aconteceu. Para onde foi esse dinheiro? O Brasil tem uma das maiores cargas tributárias do mundo, mas o seu retorno à população é mínimo”, disse.

Para se ter uma ideia, Zacarelli relata que para 2015 a previsão é que sejam recolhidos R$2 trilhões em tributos. “A carga tributária brasileira é equivalente ao PIB da Suíça, que é um país com qualidade de vida elevado. O problema é que no Brasil não tem retorno, que deveria ser voltado para a educação, saúde, transporte, segurança”, relata.

O presidente da Associação Comercial de Votuporanga, Marcio Ramalho Matta, afirmou que acha fundamental a participação da ACV nessa campanha, já que o impacto do aumento dos impostos é extremamente prejudicial ao empresário. “Enxergamos esse como um movimento apartidário. Estamos aqui como cidadãos, para lutar contra esse câncer que assombra a política, que é a corrupção. Precisamos combate-la com leis mais duras, para que este seja um país mais justo”.

Já a presidente da Airvo, Adélia Porto, preferiu falar em números. “Temos hoje 92 impostos, com a CPFM vamos para 93. Não somos só contra esse aumento, mas também o de qualquer outro. Os impostos sucateiam a indústria, o comércio e até a vida do cidadão. A gente quer transparência, diminuição dos impostos e bom senso. Tem que saber como gerar, quais e qual o número de arrecadação. A gente quer uma boa gestão dos recursos”, disse ela.

Repúdio

O movimento partiu de uma iniciativa da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e o Ciesp (Centro das Indústrias paulistas), instituições presididas pelo empresário Paulo Skaf.
A ação busca apoio da população através da coleta de assinaturas em repúdio ao aumento de tributos e ao retorno da CPMF, pretendidos pelo governo federal dentro do programa de ajuste fiscal.
O documento, denominado “Não vou pagar o pato” elaborado pela FIESP/CIESP está assim expressado:

“Você já viu este filme:
Toda vez que precisa cobrir seus gastos, em vez de cortar despesas, o governo acha mais fácil passar a conta adiante. Advinha para quem sobra? Isso mesmo: para as empresas e trabalhadores, que já vêm sofrendo com o aumento da inflação, dos juros, da taxa de câmbio e das tarifas de energia.

Aumentar ainda mais os impostos e trazer de volta a CPMF vai forçar as empresas a fecharem um grande número de vagas de empregos. Afetará duramente a indústria, o comércio, o setor de serviços e os pequenos empreendedores. Com o desemprego em alta, as famílias são as que mais sofrem e são obrigadas a reduzir o consumo. Com isso, o faturamento das empresas cai, as demissões aumentam ainda mais e o governo arrecada menos impostos. Um círculo vicioso que só agrava o problema.

Das duas uma: você fica reclamando do governo, pensando “a vida é assim mesmo”, ou faz alguma coisa a respeito. Se você escolheu a segunda opção, assine o manifesto Não Vou Pagar o Pato e faça a sua indignação chegar a Brasília”.

Fotos: Mariana Biork

Maíra Petruz-Diário de Votuporanga

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