Impressionam os números da dengue em Votuporanga. De acordo com dados da Secretaria Municipal da Saúde, já são mais de 3 mil casos registrados neste ano – dois meses e dez dias (até nesta terça-feira).
Segundo a pasta, são 8.687 notificações, 3.060 casos confirmados, 747 descartados e 4.880 em investigação. Os dados mostram que em pouco mais de dois meses o município já registrou mais da metade do total de casos do ano passado.
Em 2019, foram registrados mais de 5.560 casos positivos de dengue em Votuporanga. No ano de 2018 foram 219. No ano anterior, 35 pacientes foram diagnosticados com o agravo.
Recentemente a Secretaria Municipal da Saúde realizou um Encontro Regional sobre Dengue “Situação Epidemiológica, Manejo Clínico e Óbitos por Dengue”. O evento contou com palestras importantes, e reuniu especialistas e sumidades no assunto que explanaram sobre o tema. “Essas discussões técnicas são muito importantes para subsidiar os programas voltados ao combate às arboviroses e, consequentemente, os profissionais de saúde, para as ações de prevenção no município”, apontou Márcia Reina, secretária municipal da Saúde.
Já segundo o superintende da Sucen/SES-SP, Marcos Boulos, “os números da dengue subiram assustadoramente, mas não porque aumentou o Aedes, e sim porque nós tivemos um novo sorotipo circulante, o sorotipo 2”. Ele explicou que há quatro sorotipos. O 1 circulou e predominou no Estado de São Paulo durante os últimos 7, 8 anos. E há cerca de 3 ou 4 anos foi verificado o aumento dos casos do sorotipo 2, e em 2019 ele prevaleceu. “A população não tinha defesa imunológica contra o tipo 2, só tinha contra o 1, e então, surgem muitos casos de dengue, mesmo com menos Aedes. Se a pessoa já teve dengue antes, ela não terá mais do sorotipo ao qual teve, ficará imune a este determinado sorotipo”, esclareceu.