Faz 27 anos que os eleitores de todos os municípios brasileiros recuperaram o direito de escolher diretamente o prefeito e os vereadores. Mas, até hoje, não são todos os eleitores que valorizam esse direito.
Eles não querem aparecer, querem é mudar a cara do país. Jovens postaram na internet o modelo de uma urna. A dobradura de papel vira provocação, o vídeo sugere colocar o modelo em cima de latas de lixo.
“Não defendemos partido x, candidato y, queremos que a pessoa tenha argumentos para saber por que votou nessas pessoas”, explica um menino.
E não para por aqui.
“A ideia é usar a dinâmica das redes sociais para monitorar os candidatos eleitos em todo Brasil para que isso comece a fazer parte da pauta do jovem
de hoje em dia”, aponta um anônimo.
Uma das receitas clássicas para se melhorar a qualidade do voto é investir nos eleitores do amanhã. Em muitas escolas, como uma no centro de São Paulo, essa fórmula começa a ser refinada com um maior nível de exigência de eleitores e eleitos.
Imitar o ritual é fácil, difícil é convencer.
“Me baseei no que eles falaram para votar. Eu confiei”, diz um aluno.
“Eu vou votar no mais sincero”, fala outra aluna.
Só vira candidato quem tem proposta. A ideia mais votada vai virar realidade.
“Todas as chapas têm um programa de governo com propostas que são viáveis para você implementar. E tem que ser, lógico, implementadas”, diz a diretora do colégio, Miriam Bevilacqua.
“Se o candidato não cumprir o que prometeu, eu bato nele”, brinca Rafaela Gloser, de 8 anos.
Precisa cobrar, diz a ONG que monitora políticos.
“O voto só pode ser consciente se o eleitor estiver claro como é que é o perfil desse candidato, tendo em vista informação objetiva a seu respeito”, orienta Cláudio Weber Abramo, da Transparência Brasil.
Um outro grupo luta para isso. Um site faz um ranking do trabalho parlamentar e tem as palestras. No local, a turma da firma usou a hora do almoço para ouvir a voz da experiência.
“Não basta votar. Você além de votar, tem que cobrar o representante escolhido para ser o seu representante”, diz Sonia Barboza, voluntária do Voto Consciente.
“Tem que ser um futuro melhor a medida em que a gente vai conseguir votar em candidatos que de fato queiram um futuro melhor”, fala João Ribas, coordenador de cidadania da empresa.
E o futuro promete.
“Para ser eleito, eu acho que o candidato tem que prestar muita atenção em quem vai votar. Não por ser amigo, mas por causa das propostas”, diz a aluna Yasmin Leite Sally, de10 anos.