A terceira e última fase de testagem da vacina Coronavac começou nesta terça-feira (21), no Hospital das Clínicas de São Paulo (HC-SP). Em vídeo produzido pelo governo de João Doria (PSDB), uma mulher aparece recebendo a aplicação da vacina que pode produzir anticorpos contra a doença que já matou mais de 80 mil pessoas no Brasil.
Entre previsões otimistas, vacina pode estar pronta em novembro deste ano. O governo de São Paulo, porém, informou anteriormente que previsão para aplicação na população pode ocorrer a partir de junho de 2021.
“Ao longo dos próximos três meses, os voluntários serão acompanhados por uma equipe científica, com acompanhamento inclusive de supervisores internacionais dado ao fato de que essa é uma das mais avançadas vacinas do mundo que entra na sua terceira fase de testes, já tendo superado as fases 1 e 2 com grande sucesso”, afirmou Doria.
Nesta última fase, um grupo receberá aplicação da vacina e outro grupo placebo. Nenhum dos participantes saberá o que foi aplicado. posteriormente, os pesquisadores avaliarão quantas pessoas dos grupos adquiriram a Covid-19. A partir daí, eles poderão testar a eficácia da vacina, que é originária da China.
As fases um e dois da Coronavac foram testadas – com bons resultados – em chineses. A terceira fase, no Brasil, terá participação de voluntários de Rio Preto, por meio de testes realizados na Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp).
O Hospital das Clínicas da FMUSP é o centro coordenador do estudo clínico que será realizado em 12 centros de pesquisa de cinco estados e do Distrito Federal. Na capital paulista, também participam o Instituto de Infectologia Emílio Ribas e o Hospital Israelita Albert Einstein. Ainda no Estado de São Paulo, foram selecionadas a Universidade Municipal de São Caetano do Sul, o Hospital das Clínicas da Unicamp (Campinas), a Faculdade de Medicina de Rio Preto e o Centro de Saúde Escola da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto. O estudo também será conduzido em centros em Belo Horizonte (UFMG), Rio de Janeiro (Fiocruz) Brasília (UNB), Curitiba (UFPr) e Porto Alegre (PUC-RS).
A fase 3 do estudo recrutará cerca de nove mil profissionais de saúde que trabalham em instalações especializadas para Covid-19 nos doze centros de pesquisa distribuídos por todo o Brasil, dos quais 890 profissionais são profissionais do HCFMUSP. Nos demais centros, a testagem iniciará progressivamente na próxima semana e a previsão é de que seja concluída nas 12 instituições até meados de setembro.
Perfil dos participantes
Para participar do estudo, o candidato não pode ter sofrido infecção provocada pelo novo coronavírus, nem ter participado de outros estudos. As mulheres não podem estar grávidas ou estarem planejando uma gravidez nos próximos três meses. Outra restrição é não ter doenças instáveis ou que precisem de medicações que alterem a resposta imune. Eles serão acompanhados durante um ano no Hospital das Clínicas da FMUSP por uma equipe multidisciplinar que envolve médicos, enfermeiros e farmacêuticos.
Entre os recrutados, metade receberá duas doses do imunizante num intervalo de 14 dias e a outra metade receberá duas doses de placebo, uma substância com as mesmas características, mas sem os vírus, ou seja, sem efeito. Essas pessoas serão monitoradas pelos centros de pesquisa por meio de exames entre aqueles que tiverem sintomas compatíveis à Covid-19. Assim, poderá ser verificado posteriormente se quem tomou a vacina ficou de fato protegido em comparação a quem tomou o placebo.