sábado, 21 de setembro de 2024
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Vítima diz estar aliviada com prisão de estuprador em série

Cinco meses após passar por momentos assustadores e quase perder a vida pelas mãos do estuprador em série José Antônio Miranda da Silva, 47, preso por investigadores da Divisão Especializada…

Cinco meses após passar por momentos assustadores e quase perder a vida pelas mãos do estuprador em série José Antônio Miranda da Silva, 47, preso por investigadores da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Rio Preto, Selma (nome fictício para preservar a verdadeira identidade da vítima) ainda lida com os traumas da violência que sofreu.

“Eu fiquei muito abalada com o que aconteceu. Hoje em dia eu não saio para a rua sozinha, só com o meu marido. Eu fiquei cismada, eu tentei passar por uma psicóloga, mas não deu certo. O que me deixa aliviada é saber que hoje ele está preso, mas eu fiquei muito abalada”, conta.

No dia 14 de janeiro deste ano, Selma estava caminhando pela avenida Danilo Galeazzi, na zona Norte de Rio Preto, junto com uma amiga, quando foi abordada por José Antônio, que dirigia o GM Corsa branco, usado por ele nos crimes.

“Ele disse que minha filha havia sido atropelada. No desespero, eu entrei no carro dele e ele falou que me levaria para a UPA que ele disse que ela estava, mas me levou pra uma área rural, sentido Monte Aprazível. No carro, ele já me mandou calar a boca. Depois de fazer tudo o que tinha que fazer comigo, ele me bateu e me cortou com uma faca. Ele disse que iria me matar uma hora da tarde, mas quando foi meio dia e meia, eu reagi. Achei uma chave de fenda no carro dele e bati na cabeça dele, ele desmaiou e saí correndo”, relembra.

A mulher fugiu nua e conseguiu se trocar no meio do caminho. Na rodovia Washington Luís, ela conseguiu acionar um mototaxista e pediu socorro. Apenas dois meses depois, em março, José Antônio fez outra vítima, desta vez em Uchoa. A jovem, de 22 anos, foi estuprada, espancada, estrangulada e enterrada viva. Ela conseguiu sair do buraco de terra onde estava enterrada e pediu socorro a um casal de trabalhadores rurais que passava pelo local, foi socorrida e encaminhada para a delegacia de Cedral, onde um boletim de ocorrência foi registrado.

Na época, a vítima estava tão assustada, que se negou passar qualquer informação. Com terra dentro da boca, ela chegou a ficar internada no Hospital de Base.

De acordo com o delegado da Deic, Wander Songon, que coordenou as investigações, que começaram há meses, o criminoso tinha um perfil definido da maioria de suas vítimas. “São mulheres de baixa estatura e franzinas”, disse.

O estuprador é apontado pela Polícia Civil como o assassino de Sebastiana de Fátima de Souza, de 55 anos, morta carbonizada em janeiro de 2019. O corpo dela foi encontrado na Estrada do Jaó. Sebastiana era usuária de crack e se prostituía no Jardim Paraíso.

José Antônio foi preso em 1997 por homicídio e estupro contra ao menos três mulheres. Em 2017 o homem conseguiu o direito de cumprir a pena em regime aberto, após 20 anos detido. Ao retornar ao convívio social, ele voltou a cometer os mesmos crimes pelos quais foi condenado.

“Ele trabalhava como soldador e convivia normalmente com a sociedade, mas era um pouco recluso. A prisão dele foi uma surpresa para os familiares e para a companheira dele, que morava com ele”, disse o delegado.

Até esta quarta-feira (24), quatro mulheres reconheceram José Antônio por tê-las estuprado. As investigações continuam na cidade e região. Diligências foram realizadas em Andradina.

“É muito importante que as mulheres reconheçam o criminoso e entrem em contato com a Polícia Civil. Ele nega os crimes, é frio e não demonstra solidariedade ou arrependimento com as vítimas. Suspeitamos que outras vítimas irão surgir”.

As denúncias podem ser feitas pelo número 197 e serão mantidas em sigilo. O homem poderá ter a prisão preventiva prorrogada para mais 30 dias, podendo ser revertida em prisão preventiva.

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