O estudante de medicina Antonio Francisco Bertocco Júnior, que morreu após complicações da covid-19, apresentou os primeiros sintomas da doença três dias após completar 33 anos de idade. Ele não teve festa. Foi apenas uma triste coincidência.
A informação foi revelada ao sbtinterior.com pela irmã do estudante, a médica Thais Bertocco. “Os sintomas gripais foram leves no começo. Aí a doença evoluiu para tosse forte e febre que não cessava”, contou.
Thais lembra que depois de três dias da internação, o irmão teve queda da saturação e o acometimento pulmonar atingiu a marca de 55%. Depois disso, o quadro clínico só piorou.
“O diabetes pode ter sido o facilitador do agravo, mas não dá para afirmar que foi o causador. Pode ser reflexo da nova cepa. Outros jovens morreram e muitos não tinham comorbidades”, explica.
Os últimos dias de Bertocco Júnior no hospital foram de ansiedade e angústia. Ele pedia para que a irmã acompanhasse o caso dele na UTI, assim se sentiria mais seguro. O estudante ficou internado na UTI da Santa Casa de Penápolis, na região de Araçatuba, por cinco dias. Ele morreu na última segunda-feira (8). O corpo foi enterrado na cidade onde vive a família – Avanhandava.
Já era da área da saúde
Bertocco Júnior sempre quis ser médico. Antes disso passou por outras duas graduações: história e enfermagem. Ele lecionou em uma escola estadual, mas sempre de olho na realização do sonho.
Atualmente, trabalhava em uma indústria fazendo a triagem de covid-19 dos trabalhadores. Tanto que pode ser vacinado contra o coronavírus no mês passado. Recebeu a primeira dose. Não teve tempo de receber o segundo imunizante e, consequentemente, desenvolver a proteção.
Carreira médica
Desde 2018, cursava medicina em uma faculdade de Penápolis. “Ele estava no sexto semestre e queria ser endocrinologista”, revela Thais.
Bertocco Júnior trabalhava à noite e estudava durante o dia. Nas horas vagas, se dedicava a acolher animais abandonados, junto com a família.
“Meu irmão era um cara bondoso e muito humilde. A característica mais marcante dele era a inocência”, recorda.