Uma pequena cidade do nordeste da Bélgica investiga se a visita de um Papai Noel a um asilo foi a causa de um surto de coronavírus que deixou, até esta segunda (28), ao menos 23 mortos.
Os primeiros casos começaram a ser diagnosticados há 15 dias, pouco após a passagem, no dia 4, de um visitante fantasiado de Papai Noel. Segundo levantamento do virologista belga Marc Van Ranst, 97 idosos, além de 17 funcionários e do visitante, foram contaminados pela mesma variante de coronavírus.
Mas, como o Papai Noel era um visitante habitual da casa, também é viável a hipótese de que ele tenha sido contaminado por um funcionário do local, em vez de ser o disseminador original da doença.
De acordo com a empresa que administra o lar de idosos, o Papai Noel ficou em áreas comuns da casa de saúde, sempre usava máscara e não distribuía presentes.
Outros dez moradores do asilo foram infectados por três outras variantes do coronavírus, segundo Van Ranst. No total, 121 internos e 36 funcionários tiveram teste positivo nas últimas duas semanas.
A tragédia de Natal mobilizou os cerca de 35 mil habitantes de Mol, cidade 63 km a nordeste de Bruxelas, em Flandres. Asilos dessa região belga de fala flamenga foram os locais em que se concentrou boa parte das mortes na primeira onda de Covid-19, no primeiro semestre deste ano.
Metade das mortes por coronavírus registradas pela Bélgica no período ocorreu em casas de repouso.
Após o elevado número de óbitos nesses locais, que colocou o país no topo do ranking de mortes por coronavírus em relação à população (165/100 mil até esta segunda), visitas foram proibidas, e o governo elevou o rigor na prevenção à doença por parte dos funcionários, reduzindo o contágio.
A Bélgica aplicou nesta segunda suas primeiras vacinas, justamente em moradores dessas instituições.
Em Bruxelas, a primeira imunizada foi Lucie Danjou, 101, a residente mais idosa de um lar de Woluwe-Saint-Pierre. O governo regional afirmou que os 11,5 mil idosos hospedados em seus 137 asilos terão recebido a primeira dose da vacina contra Covid-19 até o final de janeiro.
Em Flandres, a primazia na vacinação foi de Jos Hermans, 96, e na Valônia (região de fala francesa) a pioneira foi Josepha Delmotte, 102.