sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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Vida longa aos estudantes!

Tentei, mas não houve como fugir ao assunto e uma vez mais sou obrigado a escrever sobre a manifestação dos jovens estudantes que vai se alastrando e irradiando indignação geral…

Tentei, mas não houve como fugir ao assunto e uma vez mais sou obrigado a escrever sobre a manifestação dos jovens estudantes que vai se alastrando e irradiando indignação geral país afora.

A manifestação já não mais pertence aos estudantes. Eles somente acenderam o pavio de uma bomba relógio.

A população encampou e engrossou o movimento, e o que é melhor ainda, sem participação política partidária ou mesmo dos velhos oportunistas de plantão.

O grito que começou como um protesto pelo aumento da tarifa de ônibus na capital paulista encontrou caixa de ressonância em reivindicações variadas.

Agora, todos gritam por serviços públicos de primeiro mundo, por escolas que ensinem com qualidade, por hospitais que prestem serviços com dignidade e onde as pessoas sejam tratadas como seres humanos, entre tantas outras coisas que poderiam facilmente fazer parte do nosso dia a dia mas infelizmente estão anos-luz de distância da nossa realidade. Nossos jovens querem, simplesmente, um país melhor.

Enquanto nós estamos por aí, dando milho aos pombos, os jovens esgotaram sua cota de paciência e acordaram. Óbvio que a internet teve papel fundamental na organização e na proliferação dos atos. Aqueles que não puderam comparecer, por uma razão ou outra, deram sua confirmação de maneira virtual e ficaram em casa ou no trabalho sendo muito bem representados pelos nossos meninos e meninas que se transformaram em homens e mulheres cheios de emoção e coragem.

Enquanto isso, nossos governantes tentavam desqualificar um movimento nascido de baixo para cima, sem perceber que “a saída é entender e não reprimir”, como disse o bom e velho FHC. Aliás, seria bom que eles, os políticos, não se esquecessem que em 1988 ninguém sabia quem seria eleito presidente no ano seguinte, mas havia uma insatisfação geral no país. Naquele tempo, as pessoas pareciam insatisfeitas com tudo e dessa insatisfação resultou um jovem político desconhecido, cuja proposta maior era combater a corrupção e os “marajás”.

Fernando Collor de Mello ganhou as eleições em 1989 com grande apoio das ruas, porém, foi derrubado da mesma forma em 1992.

Lógico que os excessos devem ser evitados e é evidente que os atos de vandalismo não acrescentam nada ao movimento ou ao país, mas, quando o povo vai às ruas, é fácil escolher um lado. Eu escolhi o meu lado desde o início. Como disse o Menon, “não fico com a violência policial, nunca.

Estou com o povo nas ruas. Que seu grito traga lições àqueles que já foram jovens, como eu”. É por isso que eu não me canso de repetir: vida longa aos estudantes!

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