Conquistar o Mundial de Clubes é um sonho para muitos times, principalmente os que não são europeus. Há prestígio e cobiça pela taça, mas financeiramente há vários outros torneios que são mais atrativos, inclusive em solo brasileiro. Ser campeão ou vice da Copa do Brasil, por exemplo, vale mais dinheiro do que ser campeão mundial.
Levando em consideração apenas o valor para o campeão, o ganhador do Mundial garante US$ 5 milhões (cerca de R$ 19,3 milhões). O Cruzeiro, vencedor da Copa do Brasil deste ano, recebeu R$ 50 milhões só pelo título, sem levar em consideração a premiação por classificação nas fases anteriores. O vice-campeão, Corinthians, ficou com R$ 20 milhões, também mais do que ganhará o futuro campeão do mundo.
O Palmeiras, campeão brasileiro, recebeu R$ 18 milhões da CBF pelo título nacional, quase o valor a ser pago ao ganhador deste Mundial. Ao comparar com os torneios europeus, a discrepância é ainda maior. O Real Madrid recebeu 19 milhões de euros (aproximadamente R$ 83,8 milhões) pelo título da última Liga dos Campeões. No total, o clube espanhol arrecadou 50 milhões de euros (algo em torno de R$ 220 milhões) pelas premiações que acumulou ao longo de toda a competição.
O lado financeiro ajuda a explicar o motivo de alguns clubes europeus demonstrarem certo desdém ao torneio que será realizado no Catar. A Fifa paga as despesas de 35 membros da delegação e os clubes não têm custos enquanto estão na competição. Mesmo assim, a entidade pretende reformular o torneio para lhe dar, de fato, a importância de um título mundial.
A Fifa está determinada a criar um novo Mundial a partir de 2021. A ideia seria substituir o atual formato e também a Copa das Confederações. A entidade que comanda o futebol mundial pretende organizar o torneio com 24 clubes, sendo 12 da Uefa, quatro da Conmebol, dois da África, dois da Ásia, dois da Concacaf, um país-sede e uma vaga que seria disputada entre um time da Oceania e outro da Conmebol.
O novo Mundial seria realizado a cada quatro anos, em seis estádios diferentes, duraria 18 dias e as partidas aconteceriam entre junho e julho. A Fifa garante ter investidores interessados em injetar US$ 25 bilhões (cerca de R$ 97 bilhões) na competição. Tudo isso para valorizar o torneio que ainda manterá seu padrão atual em sua edição de 2019.