Max Verstappen repetiu na Holanda o que havia feito no GP da Estíria para reassumir a liderança do Mundial de Pilotos da Fórmula 1. “Passeando” novamente, desta vez em Zandvoort, o holandês da Red Bull superou o inglês Lewis Hamilton e agora tem três pontos de vantagem sobre o rival da Mercedes. Numa pista de difícil ultrapassagem, os cinco primeiros no grid terminaram na posição de largada e sem briga em momento algum entre eles.
Em 31 corridas na Holanda, Verstappen foi o primeiro piloto da casa a ganhar no país. Somou sua 7ª vitória na temporada em 13 etapas disputadas. O novo líder vibrou muito e agradeceu bastante o público. Pegou uma bandeira no país para festejar e “correu para o abraço” com a equipe Red Bull.
A empolgação do piloto da casa contrastou com o apresentado da pista. Emoção na volta da Fórmula 1 para a Holanda após 36 anos, apenas com prova de recuperação de Sergio Pérez e com a torcida holandesa – pouco mais de 26 mil presentes – vibrando muito com ultrapassagem de Verstappen sobre Bottas antes de o finlandês fazer seu pit stop, e com a bandeirada final. Foi um GP da Holanda pouco vibrante neste domingo, mas com enorme frisson e fumaça laranja para o triunfo do jovem da casa, de 23 anos.
“Vocês sabiam que eu tinha uma expectativa muito grande aqui, mas nunca é fácil. Estou muito feliz por vencer em casa e voltar à liderança. Foi um dia maravilhoso”, afirmou Verstappen. “Fiz uma largada boa, a Mercedes tentou dificultar, mas o carro esteve sempre muito bom, foi um belo dia.”
Com o triunfo, Verstappen subiu para 124,5 pontos, contra 121,5 de Hamilton. Valtteri Bottas fechou o pódio e agora novamente está em terceiro no Mundial de Pilotos, com 123, superando Lando Norris, que caiu para quarto com 114. Semana que vem as equipes voltam à pista, em Monza, na Itália.
Verstappen largou muito bem e não deu chances para Hamilton e Bottas. Com um carro muito veloz, o holandês foi logo abrindo boa vantagem com poucas voltas. Nicholas Latifi, da Williams, e Sergio Pérez, da Red Bull, largaram dos boxes. O companheiro de Verstappen optou por pneus duros para ficar mais tempo na pista e recuperar posições.
Com somente oito voltas, a corrida se destacava pela falta de disputa por posições entre os 10 primeiros. Todos estavam separados em ao menos um segundo. Verstappen abriu para Hamilton, que botou vantagem em Bottas. Gasly ficou para trás, mas sem ameaça das Ferraris.
Pérez viu sua estratégia fazer água ao travar o pneu e ter de ir para os boxes para troca ainda no começo. Voltou com médio e foi logo cravando a melhor volta. Mas figurando no 18° lugar e bem distante da zona de classificação. Mesmo assim, era quem dava emoção na corrida ao buscar melhores posições num circuito sem pontos de ultrapassagens. Com um terço de prova, já havia ganho seis posições.
Sem conseguir acompanhar o ritmo de Verstappen, Hamilton optou por troca de pneus na volta 21. E perdeu tempo com o pit stop, perdendo segundos preciosos. Verstappen entrou na volta seguinte e ainda ganhou mais um segundo na estratégia.
O inglês, contudo, conseguiu tirar o ponto de melhor volta de Perez após a troca. E apostava em ajuda de Bottas para segurar Verstappen e fazê-lo colar no rival. O finlandês, porém, sofria com os desgastados pneus. Acabou ultrapassado pelo holandês e, sem querer, atrapalhou o companheiro antes de ir para seu pit stop.
O finlandês retornou e levou um baita susto com o carro de Sebastian Vettel atravessado na pista após o alemão rodar sozinho. O finlandês teve de frear forte e passar rente ao muro para evitar a batida.
Hamilton novamente trocou pneus antes de Verstappen, que repetiu a tática de fazer a mudança logo a seguir. E com tranquila vantagem do líder em mais de três segundos. A estratégia que a Mercedes prometeu usar para desbancar a Red Bull não deu certo após duas paradas. Restava saber quem levaria melhor nessa última troca após o time do holandês optar por monoposto duro, frente o médio do inglês.
Enquanto Verstappen questionava a opção por pneus duros, Hamilton calculava que não conseguiria chegar ao fim da prova com o jogo de médios. E, tampouco, disputar a posição com o holandês. Bottas ficou mais para trás e Pérez subiu para sétimo, em tentativa de ajudar a equipe a pontuar – com novo pit stop, caiu para 10°, mas ganhou a posição de Norris com bela manobra e leve toque entre ambos, e depois de Esteban Ocon.
Os pneus duros deixaram Verstappen tranquilo na corrida, enquanto Hamilton passou o tempo todo reclamando do desgaste. Bolhas no pneu ameaçavam a prova do inglês. Curiosamente, quem parou foi o companheiro Bottas, restando quatro voltas. E, mesmo com pedido da equipe para não fazer melhor volta, acabou cravando o recorde da pista, com 1min12s549. Hamilton, então, colocou os pneus macios para tentar recuperar o ponto extra faltando uma volta. Fez 1min11s095 em seu único momento de vibração. A festa foi toda de Verstappen num fim de semana perfeito ao holandês.
Veja a classificação do GP da Holanda:
1º) Max Verstappen (HOL/Red Bull), em 1h30min05s397
2º) Lewis Hamilton (GBR/Mercedes, a 20s932
3º) Valtteri Bottas (FIN/Mercedes), a 56s460
4º) Pierre Gasly (FRA/AlphaTauri), a uma volta
5º) Charles Leclerc (MON/Ferrari), a uma volta
6º) Fernando Alonso (ESP/Alpine), a uma volta
7º) Carlos Sainz (ESP/Ferrari), a uma volta
8º) Sergio Pérez (MEX/Red Bull), a uma volta
9º) Esteban Ocon (FRA/Alpine), a uma volta
10º) Lando Norris (GBR/McLaren), a uma volta
11º) Daniel Ricciardo (AUS/McLaren), a uma volta
12º) Lance Stroll (CAN/Aston Martin), a duas voltas
13º) Sebastian Vettel (ALE/Aston Martin), a duas voltas
14°) Antonio Giovinazzi (ITA/Alfa Romeo), a duas voltas
15°) Robert Kubica (POL/Alfa Romeo), a duas voltas
16º) Nicholas Latifi (CAN/Williams), a duas voltas
17º) George Russell (GBR/Williams), a duas voltas
18º) Mick Schumacher (ALE/Haas), a três voltas
Não completaram a prova:
Nikita Mazepin (RUS/Haas)
Yuki Tsunoda (JAP/AlphaTauri)