domingo, 22 de setembro de 2024
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Vereador afirma que menor recebeu R$ 20 mil para fazer denúncia de abuso sexual

O presidente da Câmara de Rio Preto, Oscarzinho Pimentel (PSL), insinuou que a adolescente A.C, de 17 anos, recebeu suposta oferta de R$ 20 mil para fazer a denúncia de…

O presidente da Câmara de Rio Preto, Oscarzinho Pimentel (PSL), insinuou que a adolescente A.C, de 17 anos, recebeu suposta oferta de R$ 20 mil para fazer a denúncia de abuso sexual contra ele na Polícia Civil. A declaração de Oscarzinho ocorreu em entrevista à rádio Líder FM veiculada na manhã de ontem. Ele, no entanto, não identifica quem teria feito a oferta a menor nem quis se manifestar sobre o assunto.

Oscarzinho, que considera ser vítima de perseguição política, deu a seguinte declaração à rádio ao ser questionado sobre a sua permanência na presidência do Legislativo: “Não fui notificado de nada. Vou sair para me defender do quê? Só estou vendo pelo jornal. Você sabe que estão jogando em cima de mim. Você sabe quem é, o porque. Hoje, juro por Deus, pela vida da minha família, da minha filha.

Foram lá um cara, mulher…foram lá e ofereceram R$ 20 mil para a menina falar que me viu entrando lá.” Na terça-feira, o presidente do PSL, Daniel Caldeira, acusou o PT e o movimento #vergonhariopreto de estarem por trás do movimento para derrubar Oscarzinho da presidência. Caldeira afirmou que a polêmica em torno de Oscarzinho é para desviar o foco do processo de cassação do vereador Marco Rillo (PT).

Procurada para comentar a insinuação de que teria recebido oferta de dinheiro para denunciar Oscarzinho, A.C. e sua mãe, L., rechaçaram a afirmação. A mãe da adolescente afirmou que o vereador terá de provar que houve pagamento de dinheiro para sua filha. L. disse que irá procurar a delegada da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), Dálice Aparecida Ceron, para informá-la sob a acusação e que poderá ir à Justiça contra o vereador.

“Vou passar para a doutora Dálice o que ouvi. E de que forma ela pode me orientar e, se for possível, vou procurar a Justiça. Como ele pode sair falando que a gente recebeu R$ 20 mil. Que isso? Sou mulher que trabalho e estou 15 anos registrada e eduquei meus filhos”, disse L. “Não tenho interesse em melhorar de vida passando por cima de sujeira. Sempre fui honesta até com as minhas dívidas.”

A delegada também afirmou que Oscarzinho terá oportunidade de apresentar provas do possível pagamento de dinheiro à adolescente. “Quem acusa tem o ônus da prova”, afirmou a delegada que ainda não definiu uma data para o depoimento do presidente da Câmara. Ela não divulga informações sobre o andamento do inquérito policial porque o caso tramita sob sigilo por envolver menores de idade.

Em depoimento à delegada, A.C identificou os locais que o presidente da Câmara passou antes de ir ao motel para o suposto programa sexual. Os locais são uma padaria, onde comprou pão e mortadela, e, em seguida, o velório no cemitério São João Batista, onde deixou os lanches. A adolescente afirmou à polícia que percorreu todo o trajeto no interior do carro particular de Oscarzinho, inclusive, identificando os locais.

Na última terça-feira, o Diário divulgou com exclusividade as imagens do circuito interno da padaria que mostram Oscarzinho comprando os pães e mortadela para levar ao velório, às 22h30 do dia 22 de junho. Neste dia, o presidente da Casa é acusado pela adolescente de pagar R$ 400 por um programa sexual com ela e outra menor T, que já seria conhecida de Oscarzinho e teria agenciado o encontro.

A.C alegou que ficou com R$ 100 do valor total que teria sido pago pelo vereador. Ontem, Oscarzinho foi procurado para comentar as sua declarações, mas ele atendeu o seu telefone celular e disse que retornaria a ligação, o que não ocorreu até o fechamento desta edição. A investigação envolvendo o parlamentar foi revelada pelo Diário no dia 11 de julho.

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