Muitos consumidores ainda reclamam da venda do pão francês por quilo, instituída no último dia 20 de outubro. Devido a esta insatisfação, um projeto de lei que modifica a nova forma da venda do pão de sal já está em tramitação no Congresso Nacional. A proposta prevê que as panificadoras e supermercados forneçam as duas formas de comercialização. Caberá ao consumidor escolher a que lhe agrade. A proposta é bem aceita pelo trabalhador autônomo Manuel Álvares da Silva, de 60 anos. Ele prefere comprar o pão por unidade.
Eu gostaria que voltasse. Eu acho que tem toda uma tecnologia pra fazer o pão de 50 gramas, já desenvolveram as máquinas. Na década de quarenta, de cinqüenta, de sessenta, o troço era feito na mão. Agora tem uma máquina que prensa e sai todos no mesmo tamanho. Eu acho que por unidade seria bem melhor para nós.
Já a dona de uma padaria em Brasília, Geovana Martins, afirma que a venda por quilo é mais justa para o consumidor e, além disso, agora ele leva aquilo que realmente precisa.
Hoje ele compra dois pães. Antes, quando era unidade, ele (o consumidor) tem vergonha de comprar dois pães. Ele compra quatro pães sem necessidade. E no peso, a pessoa já ta acostumada a levar verdura no peso, ou coisas no peso. O que acontece, eles estão agora comprando realmente o que precisa. Eu acho que pro consumidor é muito melhor.
O autor da proposta, senador Antônio Carlos Magalhães, pediu que o projeto seja analisado com urgência pelas comissões. Enquanto a proposta não vira lei, os consumidores devem ficar atentos ao preço cobrado pelo peso do pão. O Inmetro esclarece que é admissível o desvio de 2 gramas e meio para mais ou para menos no pão francês. Isto explica a pequena diferença no preço do produto antes e depois da medida. Mas o consumidor sempre pagará aquilo que estiver levando. No entanto, o órgão informa que o aumento no preço praticado, sem qualquer motivo que o justifique, é prática abusiva prevista no Código de Defesa do Consumidor. Neste caso, é recomendável recorrer ao Procon da sua cidade.