A menos de 500 dias para o início da Olimpíada de 2016, a poluição da Baía de Guanabara continua sendo um fator de bastante preocupação. Em entrevista ao jornal “O Globo”, dois velejadores profissionais relataram que sofreram um acidente ao colidirem o barco com uma caixa de plástico, utilizada para o transporte de peixe, no local onde será a raia do Rio 2016.
No dia 14 de fevereiro deste ano, Breno Osthoff, de 20 anos, e Rafael de Almeida Sampaio, de 35 anos, estavam velejando com um barco da classe olímpica 49er, entre a Marina da Glória e a Ilha da Laje, quando bateram na caixa que estava flutuando no mar, e o barco acabou virando.
“Era um dia com perfeita condição de navegabilidade, pouco antes do carnaval. Velejávamos a uma velocidade de 10 nós, cerca de 20 km/h, que para o mar é uma velocidade alta. A colisão foi tão forte que a caixa se partiu ao meio”, contou Breno.
“Infelizmente encontrar lixo na Baía de Guanabara é frequente. Em todas as velejadas, nos últimos dois anos, colido com algum tipo de lixo, que vai desde um saco plástico a grandes pedaços de madeira. Infelizmente, essa é a nossa raia olímpica”, completou.
O acidente causou escoriações leves e um prejuízo de quase R$ 5 mil para o conserto do equipamento, segundo os atletas. Procurada pela reportagem do “O Globo”, a Confederação Brasileira de Vela disse que não há registro de casos semelhantes a esse, mas afirmou que “lamenta muito o ocorrido”.
A promessa do Governo do Rio de Janeiro de tratar 80% do esgoto jogado da Baía de Guanabara até os Jogos Olímpicos não deve ser cumprida. Cientes dos problema, diversos atletas estrangeiros já estão tomando providências para minimizar os riscos à saúde por causa do contato com a água poluída.