Trechos próximos às grandes cidades e regiões metropolitanas são os locais que concentraram no maior número de acidentes com morte nas rodovias de São Paulo, em 2023, segundo dados do Infosiga, do governo estadual.
Em 2023, as rodovias paulistas tiveram 2.171 acidentes fatais, que terminaram com 2.381 mortes — média de sete por dia.
A Rodovia Anhanguera foi aquela que registrou o maior número absoluto de acidentes fatais e mortes em 2023 (130 e 140, respectivamente).
De forma geral, quatro pontos chamam a atenção, justamente no entorno das cidades de São Paulo, Campinas e Ribeirão Preto, onde o trânsito local faz aumentar o volume de veículos.
Na Rodovia Presidente Dutra, o trecho que passa por Guarulhos é o local que mais concentra acidentes fatais (23) e mortes (24), segundo o Infosiga.
O ponto crítico da Rodovia Raposo Tavares, que teve 89 acidentes fatais no ano passado, é na verdade um corredor de cerca de 30 km entre a capital paulista e Cotia, com 28 mortes. Também é uma região onde o movimento do trânsito local se confunde com o rodoviário.
Cenário parecido tem a Régis Bittencourt já nos municípios da Grande SP. Mas chama a atenção também os 17 mortos nas proximidades de Registro, trecho onde a rodovia é relativamente plana e reta.
Caminho para o litoral
Os acidentes fatais da Rodovia dos Imigrantes aconteceram majoritariamente (75%) no trecho de planalto, entre a capital paulista e o início da serra, onde chega a ter seis faixas em determinados pontos.
Na Anchieta, que concentra uma grande quantidade de caminhões que seguem ou partem do Porto de Santos, os acidentes fatais são mais bem distribuídos ao longo da rodovia.
Fatores de risco
Diretor da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), Aquila Couto cita a ingestão de bebidas alcoólicas e estimulantes, privação do sono e o mal súbito como algumas das principais causas de acidentes de trânsito.
“O álcool tem o efeito depressor no sistema nervoso central. Diminui a velocidade, o reflexo, a atenção, aumenta o tempo de reação, então é tudo o que poderia ser evitado numa rápida frenagem. Além disso, provoca euforia e impaciência”, diz o especialista.
Couto afirma a privação do sono também provoca desatenção e impaciência. “Se engana quem acha que um cafezinho na beira da estrada, uso de energético vai substituir uma noite de sono bem aproveitada. As substâncias têm a função de dar uma ligada no metabolismo, mas está muito longe de compensar uma noite de sono bem dormida.”
O diretor da Abramet também diz que o mal súbito provocado principalmente por problemas cardíacos e neurológicos é uma das causas. Atenção à saúde e parar caso não se sinta bem é importante para evitar acidentes.
