Pesquisadores da Rede Corona-ÔmicaBR-MCTI, coordenada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), identificaram quatro ocorrências da variante delta do coronavírus, mais transmissível e agressiva, no Departamento Regional de Saúde Rio Preto (DRS-15). O estudo envolveu o Laboratório de Pesquisa em Virologia da Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp), além dos campi da Unesp de Rio Preto e Botucatu e a USP de Pirassununga.
A análise feita de forma randomizada, entre 1º de julho e 11 de agosto nas cidades de Bady Bassitt, Bálsamo, Catanduva, Cedral, Guapiaçu, Macaubal, Mirassol, Neves Paulista, Nova Aliança, Palestina, Tanabi, Uchoa, Urupês, Valentim Gentil, Votuporanga e São José do Rio Preto gerou 184 genomas completos. Entre as amostras do mês de agosto, quatro genomas foram classificados como B.1.617.2, isto é, a variante delta
A variante P.1 (gamma) apresentou maior prevalência entre os genomas sequenciados (80,4%), seguida da linhagem P.1.7 (15,8%). No mês de julho, em menor frequência, foram detectadas a variante de preocupação B.1.1.7 (alpha) em 0,54% das amostras e a variante P.4 em 0,54%. A P.4 emergiu no interior do estado de São Paulo e possui a mutação L452R na proteína S, que tem grande impacto biológico e está presente na variante de preocupação Delta.
“Dentre os achados mais relevantes, pode-se destacar a introdução e primeira detecção da VOC Delta B.1.617.2, em São José do Rio Preto. Além disso, é notável a dominância da variante P.1 no município de São José do Rio Preto e nas demais cidades pertencentes a DRS XV, bem como de sua linhagem descendente P.1.7, a qual foi detectada pela primeira vez na região em junho de 2021 e apresentou um aumento em frequência a partir de julho de 2021. Esses dados ressaltam a importância da constante vigilância das variantes circulantes, bem como o monitoramento da prevalência da variante Delta recentemente introduzida na região. Dessa forma, medidas eficazes para o controle e enfrentamento da pandemia podem ser tomadas, a fim de prevenir a disseminação do vírus e um aumento em número de casos”, informa o MCTI.