domingo, 24 de novembro de 2024
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Vara do Trabalho de Fernandópolis acumula quase 2 mil processos

O número de processos trabalhistas no Brasil teve um aumento de 12,3% em 2015. É o que mostram dados do TST (Tribunal Superior do Trabalho). Foram recebidas pelas varas do…

O número de processos trabalhistas no Brasil teve um aumento de 12,3% em 2015. É o que mostram dados do TST (Tribunal Superior do Trabalho).

Foram recebidas pelas varas do Trabalho espalhadas pelo país 2,6 milhões de ações no ano passado – um recorde de toda a série histórica, iniciada em 1941. Em Fernandópolis, o esteriótipo das demandas não é diferente. De janeiro a abril deste ano, a Vara do Trabalho de Fernandópolis acumula cerca de 1,8 mil processos. O número corresponde a todo o volume de demandas registradas no ano passado. Somente uma usina de álcool .localizada em Fernandópolis, contabiliza 80 demandas para contestar. Um frigorífico cerca de 100.

O presidente do TST- Tribunal Superior do Trabalho- Ives Gandra Filho, diz que a prioridade é o acordo. Para analistas, o crescimento dos acordos mostra que os trabalhadores perderam poder de barganha, diminuindo as demandas dos sindicatos. Tanto que também houve redução do número de dissídios. Com o aumento do desemprego, os sindicatos acabam aceitando ofertas mais facilmente. Quando o desemprego é baixo, o sindicato se acha em condições de demandar dissídio, porque acredita em um reajuste maior — avalia o economista José Márcio Camargo, da Opus Gestão de Recursos e professor da PUC-Rio.

Segundo a presidente do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-2), Silvia Devenoid, a recessão de 2015, estimada em mais de 3%, explica a mudança nas negociações. No ano passado, 205.638 acordos foram realizados nas varas paulistas, alta de 3,75% frente a 2014. Também aumentaram os casos de conciliações, realizadas antes da apresentação das ações judiciais. Em 2015, 35,42% das audiências foram solucionadas com conciliação — contra 32,97% no ano anterior.

“A crise econômica fez com que mais trabalhadores despedidos procurassem a Justiça do Trabalho para reparar algum direito”, afirma o professor da FGV e da PUC-SP Paulo Sérgio João. “Quando há uma situação econômica mais estável, não há um fluxo tão grande de reclamações trabalhistas. A Justiça do Trabalho é uma Justiça dos desempregados. É a última tábua de salvação.”

EthosOnline

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