O deputado federal Vadão Gomes, líder do grupo Estrela Alimentos, que engloba cinco frigoríficos, admitiu na tarde de sexta-feira, dia 7 de novembro, problemas no fluxo de caixa de suas empresas.
Segundo o parlamentar-empresário, uma conjunção de fatores levou a crise ao ramo de frigoríficos, agravada agora com o problema das exportações em face do quadro internacional.
“Financiamos nossas exportações com o dólar cotado em R$1,50. Hoje, estamos pagando mais de R$ 2,00. Por outro lado, com a chegada da crise, nossos clientes no exterior estão exigindo descontos e até devolvendo produtos que compraram”, relatou Vadão.
Ele disse também que os pequenos bancos abandonaram os frigoríficos e os créditos que estavam em carteira foram usados pelos mesmos para cobrir outras operações em andamento.
Para Vadão, a solução de todos os problemas será a liberação de créditos que as empresas acumularam no âmbito do governo estadual. Segundo ele, o grupo que dirige gerou R$ 92 milhões de créditos tributários absolutamente sadios. “Se o governo estadual cumprir o que está na lei, temos direito imediato a um crédito devidamente conferido de R$ 48 milhões”, revelou.
Ele rasga elogios aos fornecedores.”São todos meus amigos que confiam em mim e que, até agora, esperançosos de uma solução iminente não tomaram medidas que possam prejudicar nossoas empresas”, registrou
Na tarde de sexta-feira, o secretário-chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira Filho, ao ser indagado sobre a salvação dos frigoríficos da região e, especificamente do grupo do deputado Vadão, pelo mecanismo da liberação de créditos tributários, declarou: “evidentemente eu conheço a luta do Vadão há muitos anos e sei da importância de sua empresa na região. Agora, o governo libera ou não libera independentemente do trabalho político desse ou daquele. O governo simplesmente segue a lei. Ele não pode fazer nada além do que está prescrito na lei”.
Vadão informou que suas empresas obtiveram liminar na Justiça Federal considerando inconstitucional a retenção de créditos tributários. “Infelizmente, até agora o governo ignorou a liminar”, constatou.