Olha só a confusão em que essa vaquinha chamada Penka se meteu. “Distraída”, estava com seu rebanho na Bulgária quando desgarrou-se e, sem perceber (é claro, é uma vaca), atravessou a fronteira com a Sérvia.
O dono de Penka, o fazendeiro Ivan Haralampiev, foi atrás dela por duas semanas, sem sucesso. Chegou a contatar todas as autoridades das cidades vizinhas e a patrulha de fronteira.
Enfim, recebeu a notícia de que Penka tinha sido encontrada na vila de Bosilegrad, na Sérvia, onde estava sendo cuidada por alguns moradores. Boa notícia! Vamos buscá-la? Nada disso. Como a Sérvia não pertence à União Européia, a regra é que o animal não pode ser trazido de volta à Bulgária (à União Européia como um todo) sem que seja sacrificado, sob os riscos de trazer doenças para os rebanhos dos países da UE. Para piorar tudo, ela ainda estaria prenha, afirma seu dono.
Penka conseguiu voltar para a Bulgária, mas está condenada à morte se a burocracia não for cumprida, simplesmente porque pegou um caminho errado (provavelmente perseguida por lobos, informa a imprensa local).
O drama de Penka provocou tanta comoção que até o político inglês John Flack, membro do Parlamento Europeu, iniciou uma corrida contra o tempo em sua defesa. Segundo a BBC, ele está articulando com políticos dos países envolvidos para evitar o sacrifício da vaquinha. Chegou, inclusive, a assumir os custos de um veterinário da União Européia para tratar dos aspectos burocráticos.
“Certamente este é um caso onde o pragmatismo deve prevalecer sobre uma leitura estrita das leis, já que as autoridades não veem que tiveram uma séria falha de senso comum e compaixão”, disse, Flack, que mandou seus argumentos por escrito ao presidente do Parlamento Europeu, o italiano Antonio Tajani, e ao primeiro-ministro da Bulgária, Boyko Borissov.
O povo de vários países também está se envolvendo no caso via petição online. O documento virtual pedindo pela vida de Penka tinha quase 17 mil apoiadores até o momento de publicação deste post.