O gerente industrial da Usina Ouroeste, Hênio José Respondovesk Júnior é formado em tecnologia e engenharia de produção. Já trabalhou na Usina Rafard e na Caninha 51, que possui uma destilaria autônoma, localizada na cidade de Pirasununga/SP. Hênio, juntamente com sua equipe, tem um grande desafio: orquestrar a construção da Usina Ouroeste, fruto de uma parceria entre os grupos Arakaki e Moema.
Leia entrevista com Hênio José Respondovesk Júnior, gerente industrial da Usina Ouroeste.
Como podemos avaliar o andamento da construção da Usina Ouroeste?
A Usina Ouroeste está seguindo um cronograma de construção, cujo prazo final é dia 15 de abril de 2008. Trata-se de um cronograma rigoroso, que exige muito empenho de todos que estão envolvidos neste projeto.
Atualmente, em que parte da construção se encontra a obra?
Estamos na fase de levantamento e instalação de equipamentos. Agora vamos entrar em uma fase de interligações e detalhamentos. A parte principal de prédios e equipamentos já se encontram praticamente em seus devidos locais. O que falta agora é realmente interligar as tubulações e os acabamentos finais.
Quantas pessoas estão trabalhando no canteiro de obras?
Estão trabalhando aproximadamente 600 colaboradores. Sendo que uma grande parte deles chegou recentemente, pois eles estavam em treinamento na Usina Guariroba.
Quais são as partes da Usina Ouroeste que estão com sua construção mais adiantada?
Nós temos algumas áreas que já estão mais adiantadas, como por exemplo, o armazém de açúcar, que servirá como oficina na época das chuvas. A caldeira e a destilaria também estão em uma fase bem evoluída.
Qual é a área total do terreno em que está sendo construída a Usina Ouroeste?
A área total é de 20 alqueires.
Qual será a capacidade inicial de produção da usina?
A Ouroeste terá capacidade para produzir 130 milhões de litros de álcool e mais 200 mil toneladas de açúcar por ano. Para a primeira safra nossa previsão é moer 1,3 milhões de toneladas de cana.
O açúcar produzido terá uma marca própria e será vendido para o consumidor final?
A princípio não. O açúcar será vendido para refinarias e também destinado para exportação. Trata-se de uma commodity, um açúcar bruto, cristal. Porém, a estrutura da Usina Ouroeste está sendo feita para que futuramente também possa produzir açúcar para vender ao consumidor final.
Quando a Usina Ouroeste estiver em pleno funcionamento, quantos colaboradores fixos trabalharão nela?
Aqui na indústria, trabalhando na safra, em torno de 200. Trata-se de uma usina altamente automatizada. Até recentemente, uma usina deste porte precisaria de no mínimo 350 funcionários. Com a automação, ao invés de três caldeiras, por exemplo, utilizaremos somente uma.
Podemos dizer que a Usina Ouroeste está sendo construída planejadamente?
Sim, inclusive já estamos construindo a usina planejando uma futura ampliação. Em todas as unidades já foram deixadas áreas para expansão, que será facilitada devido ao fato de estarmos implantando equipamentos de última geração.
Quais são os diferenciais da Usina Ouroeste?
Um deles é o processo de extração do caldo da cana, que não será através de moendas e sim de difusores. Não é algo inédito no Brasil, mas poucas usinas possuem este sistema. Com o difusor, o processo passa a ser mais químico e menos mecânico e exige menos força. Isso significa maior eficiência no processo, o que o torna mais barato. A nossa caldeira também é muito moderna. A Ouroeste produzirá álcool, açúcar e energia elétrica, que além de abastecer a usina, também será comercializada. Adquirimos maquinários modernos para realizar o processo de produção de álcool anidro, que é misturado na gasolina e que não possui água.
Estamos finalizando a construção de dois reservatórios de vinte milhões de litros cada um e também deixaremos pronta a base para a construção de um terceiro, com a mesma capacidade. A Usina Ouroeste está sendo construída com o que há de melhor e mais moderno no setor sucroalcooleiro.