Há aproximadamente 30 anos, os irmãos Kosuke e Riromassa Arakaki estiveram em Ouroeste/SP procurando terras para instalar a destilaria Alcoeste, pois lá havia água em abundância e terras férteis próprias para a cultura de cana-de-açúcar, itens primordiais para a construção de uma destilaria. Na época isso acabou não se concretizando por não encontrarem ninguém que aceitasse a construção de uma usina em suas terras. Desta forma, a Alcoeste foi construída no município de Fernandópolis, onde, um projeto de captação de água arrojado para a época possibilitou a instalação da empresa.
Depois de três décadas, esse antigo sonho começou a se concretizar. Com o apoio da prefeitura e da câmara municipal de Ouroeste e da família Velloso, que viabilizaram a doação de terras para a implantação da Usina Ouroeste, que teve o início de sua construção em janeiro de 2007. Fruto de uma parceria entre os Grupos Arakaki e Moema, a usina foi construída em uma área de aproximadamente 500 mil m². A usina ainda conta com um heliporto e uma pista para pouso e decolagem de aviões. Dois reservatórios para armazenamento de álcool com capacidade de 20 milhões de litros cada, um depósito para 540 mil sacas de açúcar e uma mega estrutura de maquinários chamam a atenção de quem passa pelo quilômetro 186 da Rodovia Elyeser M. Magalhães.
A Usina Ouroeste é responsável pela geração de 1200 empregos diretos, o que contribui para o aumento do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Segundo Franciene Cristina da Silva, gestora de serviço social e benefícios do Grupo Moema, o foco da Usina Ouoreste é garantir condições seguras de trabalho, utilizando mão-de-obra local, além de potencializar a geração de empregos. “Todos os colaboradores passaram por treinamentos e qualificação profissional, inclusive com vivência em outras unidades do grupo. A empresa implantou uma política de benefícios compatíveis com as melhores práticas de mercado, que visam a promoção da qualidade de vida dos colaboradores e de suas famílias”, disse Franciene.
No próximo dia 29 de abril a usina começará a moer os 1,3 milhões de toneladas de cana-de-açúcar previstos para esta primeira safra. A empresa tem capacidade para processar 3 milhões de toneladas de cana, volume já aprovado pelos órgãos competentes.
Com um projeto arrojado e utilizando o que há de mais moderno em maquinários e processos, a Ouroeste tem capacidade para produzir 130 milhões de litros de álcool e mais 200 mil toneladas de açúcar por ano. Um dos diferenciais será o processo de difusão, que substitui as tradicionais moendas. A caldeira também é de última geração, garantindo maior pressão e consequentemente uma maior eficiência na produção de energia.
Respeitando todas as rígidas normas estabelecidas de proteção ao meio ambiente, a Ouroeste produzirá sua própria energia elétrica e posteriormente fará a co-geração, ou seja, também venderá energia elétrica “limpa”, pois é gerada através de biomassa (bagaço de cana-de-açúcar).
Segundo o gerente industrial, Hênio José Respondevesk, a usina implantou um sistema de circuito fechado de água, o que permitirá que toda a água captada seja recuperada para ser reutilizada. “Todos os derivados do processo de produção serão reutilizados dentro da parte agrícola, como fertilizante e irrigação”, disse.
“Neste ano, em que se comemora o Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, o nascimento da Usina Ouroeste vem com um sabor especial, pois há cem anos nossos familiares jamais imaginariam que seus descendentes passariam de simples lavradores de café a empresários geradores de empregos. Quem sabe se daqui a algum tempo um de nossos parentes que estão no Japão não prepararão um manju (doce típico japonês) com o açúcar exportado pela Usina Ouroeste?”, disse Kosuke Arakaki, presidente do Grupo Arakaki.
Com uma missa e um culto evangélico que reuniu mais de 700 pessoas, entre colaboradores, autoridades, convidados e diretores dos Grupos Arakaki e Moema, a Usina Ouroeste comemorou em grande estilo o início de sua safra.