domingo, 10 de novembro de 2024
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Urach critica extremistas contrários a aborto feito por criança

Andressa Urach usou o Instagram na noite de segunda-feira (17) para comentar o caso da menina de 10 anos que engravidou após ser estuprada pelo tio e que teve a…

Andressa Urach usou o Instagram na noite de segunda-feira (17) para comentar o caso da menina de 10 anos que engravidou após ser estuprada pelo tio e que teve a gestação interrompida.

Na legenda de foto de sua própria gravidez, ela desabafou sobre abusos sexuais que sofreu na infância. “O Brasil registra 6 abortos por dia em meninas entre 10 e 14 anos estupradas, segundo informações coletadas no SUS. Eu poderia estar nesses índices. Nas fotos, aos meus 17 anos, eu estava feliz curtindo a minha gravidez. Poderia ter sido muito diferente se eu tivesse um organismo mais precoce. Dos 6 aos 8 anos fui abusada sexualmente, só não engravidei porque ainda não tinha meu sistema reprodutor formado. Eu ainda era uma menina quando engravidei do Arthur, mas o grande diferencial é que eu queria muito aquele filho e a concepção dele foi planejada. Toda mulher tem o direito de decidir o que quer para o seu futuro e para o seu corpo”, iniciou.

Em seguida, criticou o grupo que protestou contra a interrupção da gravidez da criança. “Me preocupa muito o fato dos extremistas terem se posicionado contrários ao aborto da garotinha do Espírito Santo. Não os chamo de religiosos, como o restante da mídia vem fazendo, porque isso nada tem a ver com religião e esse tipo de cristianismo que professam não me representa. Não digo isso pra defender ou atacar a legalização do aborto, mas a pauta que levanto aqui é sobre o cuidado que o Estado deveria ter com essa menina.Ela, assim como eu, não devia sequer ter noção do abuso a que era submetida. Esses números realmente assustam. Mas, o que mais me deixa indignada é ver a reação descabida de um grupo de pessoas que não é capaz de sentir a dor que essa menina vai carregar pelos próximos anos. A empatia é coisa rara nessa sociedade líquida em que vivemos”, acrescentou.

Por fim, pediu mais reflexão sobre a difícil situação vivida pela menina. “Não vou me estender mais. Só precisava falar que eu também fui uma vítima, e tal qual essa menina, não merecia viver tamanha atrocidade. Tenhamos o mínimo de compaixão. Oremos. Amanhã vou falar sobre o perdão que foi tão necessário para que eu pudesse seguir em frente”, concluiu.

Andressa Urach trabalhou como modelo e decidiu se converter ao ficar entre a vida e a morte em dezembro de 2014, após sofrer com graves complicações devido a aplicação de hidrogel nas pernas. O produto gerou inflamações e ela precisou passar por cirurgias para a retirada da substância.

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