A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) inaugurou ontem o Laboratório de Geoquímica com investimentos da Petrobras. A parceria entre a universidade e a estatal ajudará o País a identificar com maior precisão os pontos de prospecção, avaliar quais as áreas de maior potencial de produção, a qualidade do petróleo e melhorar a eficiência da exploração. Na cerimônia realizada no Instituto de Química estiveram o reitor José Tadeu Jorge, o coordenador do novo laboratório, Francisco Reis, e o supervisor da Rede Temática de Química Orgânica da Petrobras, Luiz Antônio Freitas Trindade.
Trindade disse que esse investimento da Petrobras para a instalação do primeiro laboratório de geoquímica é apenas inicial. “Foi apenas para a infra-estrutura e compra de equipamentos. A partir de agora, diminui o repasse para equipamentos e aumenta a verba para as pesquisas”, disse. O investimento da estatal na Unicamp, assim como em outras universidades, será contínuo.
O professor Francisco Reis disse que os estudos geoquímicos são decisivos no trabalho de pesquisa de petróleo. Primeiro são feitos estudos geofísicos, que identificam pela formação geológica do local se existe condições favoráveis para o acúmulo de petróleo e gás. Depois dessa fase são coletadas amostras de diversos pontos para os estudos geoquímicos.
A partir da avaliação das características químicas de amostras, pode-se determinar se o material orgânico presente é suficiente para determinar a presença de petróleo e gás em quantidades economicamente viáveis.
O laboratório já está funcionando e tem equipamentos de última geração, como o seqüenciador automatizado de DNA, utilizado para seqüenciamento de DNA de microrganismos presentes em amostras, e o LQT Orbitrap, capaz de analisar moléculas orgânicas pequenas e grandes.
Nele deverão ser desenvolvidas pesquisas na área de reservas de óleo biodegradável. Esse tipo de petróleo corresponde entre 60% a 70% do material existente no País. A biodegradação causa a destruição total ou parcial do petróleo por microorganismos, provocando prejuízos econômicos ou inviabilizando reservas importantes. As pesquisas da Unicamp visam melhorar o conhecimento sobre os fatores que controlam a biodegradação e como ela ocorre sob diferentes condições geológicas.