A Superintendência do Patrimônio da União no Ceará (SPU-CE) autorizou a construção de uma usina de dessalinização na Praia do Futuro, em Fortaleza. A decisão contraria recomendações da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que apontou que a obra poderia gerar riscos ao funcionamento da internet em todo o país.
A construção será feita pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) empresa estatal que pretende construir uma usina no fundo do mar para tornar a água potável principalmente para uso em períodos de seca no estado.
A Praia do Futuro é um dos locais mais próximos da Europa e, por isso, é o lugar que recebe primeiro cabos de fibra ótica do continente. Esses cabos viajam para estados como Rio de Janeiro, São Paulo e outros países da América Latina. Caso eles sejam rompidos, a internet em todo o continente pode ser prejudicada.
A Cagece alega que a obra “não apresenta nenhum risco ao funcionamento dos cabos submarinos localizados na Praia do Futuro”. A Anatel afirma que a construção viola 11 recomendações do International Cable Protection Committee (ICPC).
O projeto inicial previa a construção das tubulações a 40 metros dos cabos, mas, a pedido da Anatel, a distância foi alterada para 567 metros. Mesmo assim, a agência se manteve contra a obra e recomendou que ela fosse feita em outro local.