A cada dois dias, uma mulher é estuprada na região de Rio Preto.
Só nos primeiros seis meses deste ano foram 74 casos registrados pela Delegacia de Polícia Judiciária (Deinter-5) de Rio Preto, 7,5% a menos do que no mesmo período do ano passado, quando foram denunciados 80 estupros. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo.
Somente em Rio Preto, de acordo com a delegada Margarete Franco, uma das responsáveis pela Delegacia de Defesa da Mulher, foram 18 casos de estupros, sendo que apenas cinco são de autorias desconhecidas. “Nos crimes praticados por desconhecidos, geralmente, são pessoas que se aproximam para cometer algum crime patrimonial, ou seja, furto ou roubo, e acabam por aproveitar a situação de vulnerabilidade da vítima e praticar o estupro. Estes crimes são investigados em parceria com a DIG [Delegacia de Investigações Gerais]”, explicou a delegada.
“Em relação aos crimes de autoria conhecida, os acusados têm algum tipo de proximidade com a vítima. Existe sempre algum tipo de relacionamento, seja amoroso ou de amizade. A maioria dos crimes que tem autoria conhecida é praticado por ex-companheiros, mas também tem aumentado o número de denúncias contra maridos e companheiros. Estes, facilmente se convertem em medidas protetivas”, completou.
No mesmo período, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) expediu 44.378 medidas para proteger mulheres vítimas de violência. Segundo balanço publicado pelo TJ, a maioria das decisões consistiu em proibir o agressor de se aproximar da vítima, de familiares dela e de pessoas que testemunharam as agressões (17.106) e em impedir o contato com a vítima (14.842).
O levantamento relaciona, ainda, 6.229 medidas que estabeleceram o afastamento do agressor do lar dividido com a vítima e outras 4.887 que restringiram a circulação do agressor em determinados locais, a fim de garantir segurança à mulher.
Os dados divulgados mostram ainda que apenas em maio deste ano, o estado de São Paulo somou 10.183 ocorrências de violência contra mulheres. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, do total, 4.096 casos foram de lesão corporal dolosa – quando a agressão é cometida intencionalmente -, 4.780 casos de ameaça, 1.013 de episódios relacionados a calúnia, difamação e injúria, 40 estupros consumados, 28 tentativas de homicídio e dez homicídios dolosos, em um quadro que se assemelha ao de maio do ano anterior. Atualização feita hoje pela pasta sinaliza uma variação positiva, indicando, respectivamente, 3.911, 4.220, 40, 26 e 4 ocorrências, o que revela que o estupro consumado foi o único crime contra a mulher que não teve melhoras no índice.
