Na tarde de quarta-feira, foi ouvida a última testemunha do assassinato do jornalista Helton Eduarti Souza. A audiência foi realizada na cidade de Fernandópolis por carta precatória, onde o Policial Militar que atendeu a ocorrência deu seu depoimento.
Segundo um dos advogados o caso, Romoaldo Castelhano, esse não foi um depoimento que causou grandes impactos do andamento do caso, visto que, o PM apenas relatou fatos que teria “ouvido dizer”, nada que ele mesmo tenha visto. Ainda, conforme conta Castelhano, este seria um parente da vítima, que também foi o responsável por reconhecer o corpo.
O advogado diz que agora a precatória volta para Votuporanga. “Pedimos a liberdade provisória de V.J.S., mas essa na foi apreciada pelo Juiz. Ele ficou de aguardar a volta da precatória para a cidade”, disse. Agora que a carta chega a Votuporanga, se caso o Juiz responsável pelo caso não apreciar o pedido, Romoaldo conta que, se enxergarem vantagem, pode ser pedido um Habeas Corpus para a jovem. O mesmo não pode ser feito para o réu Adriano Santos Oliveira, visto que ele é confesso.
Quanto à sentença final, o advogado diz que esta deverá ser entregue nos próximos dias, já que nos casos onde o réu está preso, este não pode ficar aguardando por muito tempo.
Defesa
A defesa, composta por Gesus Grecco, Douglas Gianezzi e Romoaldo Castelhano, tenta desclassificar o latrocínio, transformando-o em lesão corporal seguida de morte. Segundo ele, não houve ânimo de roubo, pois ele teria usado o carro apenas para fuga.
Como Grecco já havia afirmando após a primeira audiência, realizada no dia 5 de agosto, uma coisa ficou clara: a jovem não teve envolvimento com o crime. Segundo as testemunhas de defesa afirmam, a mesma encontrava-se com elas na noite do ocorrido.
Se desclassificado o crime de latrocínio, que tem pena mínima de 20 anos, e o crime ser considerado um homicídio ou lesão corporal seguida de morte, o réu poderá ser submetido a Júri Popular.
Crime
Adriano Santos Oliveira, 20 anos, foi preso no dia 13 de março, junto com sua esposa, V.J.S., de 19 anos, em Valentim Gentil. A prisão foi realizada pela Polícia Militar de Valentim, juntamente com policiais da DIG. Ele assumiu ser o único autor do crime.
Adriano, que disse ser lutador de MMA (artes marciais), explicou aos policiais que ficou nervoso durante uma discussão e, com uma chave de braço, sufocou o jornalista, que morreu na hora. Os objetos do jornalista que sumiram na data do crime foram encontrados na casa do suspeito, inclusive o telefone celular.
Segundo o delegado Fabrício Goulart Boschilia, o suspeito e a vítima marcaram um encontro na Chopplândia. Dali, os dois seguiram para o Recinto de Exposições da cidade, onde trocaram carícias. De acordo com o Adriano, ele teria decidido ir embora antes de os dois ficarem mais íntimos e foi nesse momento que o jornalista teria sido assassinado, sufocado por uma chave de braço. O réu tem ficha na polícia por desentendimentos e brigas de rua.
Antes de fugir com o carro de Helton, ele teria ainda ferido Souza. Ele seguiu com o veículo do jornalista até uma estrada de terra que fica a 3 km do local onde aconteceu o crime. Ali, ele roubou os pertences da vítima e foi a pé até sua casa.
Maíra Petruz/Diário de Votuporanga