O maior conjunto penitenciário de Pernambuco viveu mais um dia de tensão. A confusão começou por causa do atraso no horário de visita. Houve confronto entre os agentes penitenciários e os presos. Segundo as autoridades, um preso morreu e quatro ficaram feridos.
A confusão começou em um dos três presídios, o Antônio Luiz Lins de Barros, onde estão 3,2 mil presos, quase sete vezes acima da capacidade. Era dia da visita conjugal. Pelo menos mil mulheres esperavam para entrar no presídio.
Por causa da crise no sistema penitenciário, a Secretaria de Justiça autorizou a entrada das visitas mais cedo desde a semana passada, às 7h. Mas, neste sábado (31), os agentes penitenciários decidiram colocar em prática a operação padrão e seguir o que manda o regulamento. Por isso, os visitantes só puderam entrar a partir das 8h30. Com esse atraso, surgiu um boato de que as visitas estariam suspensas e foi por isso que o tumulto começou.
“As mulheres dos presos começaram a gritar do lado de fora, e os presos começaram a querer tomar a penitenciária jogando pedra e partindo para cima”, diz o vice-presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciário de Pernambuco, João Carvalho.
O secretário de ressocialização, Eden Vespaziano, defendeu a ação: “Houve a necessidade da contenção porque quando houve o tumulto eles vinham em direção à gaiola, e na tentativa de fuga”, diz.
Os problemas no conjunto de presídios começaram no início deste mês. O Jornal Nacional mostrou que os presos circulavam com facões e participavam de festas com alto consumo de drogas. Há duas semanas, uma rebelião deixou vários feridos e mortos. Nesta sexta-feira (30), a polícia encontrou cachaça artesanal, facas e até uma bomba em uma revista em um dos pavilhões.
Pouco depois os presos voltaram a exibir facões e a usar celulares. Em um mês de confrontos, 49 pessoas ficaram feridas e quatro morreram. O governo do estado declarou situação de emergência. Neste sábado anunciou que as visitas voltam a ser às 7h.