Presidente terá que apresentar defesa em cinco dias contados a partir de terça-feira (26), na investigação sobre o chamado ‘dossiê Serra’.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – que abriu investigação judicial contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva após a divulgação da suposta compra de um dossiê contra candidatos tucanos por pessoas ligadas ao PT – notificou oficialmente, nesta segunda-feira (25), o presidente Lula.
Lula tem prazo de cinco dias para apresentar defesa. Os demais citados na investigação do TSE devem ser notificados até terça-feira (26). São eles: o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, os ex-integrantes da campanha do presidente Lula à reeleição Valdebran Padilha e Gedimar Pereira Passos e também o ex-assessor especial da presidência da República, Freud Godoy. Eles também terão cinco dias para apresentar defesa. A notificação, feita pelo corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Cesar Asfor Rocha, é resultado da representação feita pela coligação ‘Por um Brasil Decente’, formada por PSDB e PFL e que tem como candidato à presidência o tucano Geraldo Alckmin.
Nesta terça-feira (26), o coordenador da campanha do presidente Lula, Marco Aurélio Garcia, deve se reunir com o presidente do TSE, ministro Marco Aurélio Mello. Na semana passada, houve mal estar entre os dois depois que Mello comparou o escândalo do dossiê ao caso Watergate – que resultou na queda do presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, em 1974. Garcia reagiu, dizendo que as declarações de Mello tinham tom impressionista e que poderiam ter conotação partidária. Mello não quis entrar em atrito com o coordenador da campanha, mas também não recuou.
Histórico do caso
No último dia 15, a Polícia Federal prendeu Valdebran Padilha e Gedimar Pereira em um hotel na zona sul de São Paulo, com o equivalente a cerca de R$ 1,7 milhão, incluindo uma parcela em dólares.
A cifra seria usada para compra de um dossiê que conteria informações contra Alckmin e o candidato tucano ao governo de São Paulo, José Serra.
Como resultado da crise gerada pela prisão de Padilha e Gedimar, o presidente do PT, Ricardo Berzoini, deixou a coordenação de campanha à reeleição de Lula e Freud Godoy foi exonerado do cargo de assessor especial da Presidência.
Hamilton Lacerda, ex-coordenador de comunicação da campanha do candidato petista ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, também deixou seu cargo.
Outros supostos envolvidos no escândalo são o ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Veloso, o ex-integrante da campanha de Lula, Jorge Lorenzetti, e o ex-secretário do Ministério do Trabalho e integrante da equipe de elaboração do programa de governo de Lula, Osvaldo Bargas.
A coligação PSDB-PFL argumentou em sua representação que os fatos “configuram condutas passíveis de serem consideradas como abuso de poder político e econômico”. Se o TSE considerar procedente a representação, Lula pode ser declarado inelegível.